Após 36 anos de um dos seus papéis mais icônicos do cinema, Tom Cruise retorna como Pete “Maverick” Mitchell, o piloto audacioso que marcou gerações. Com a direção de Joseph Kosinski e roteiro de Jim Cash e Christopher McQuarrie, Top Gun: Maverick consegue aprimorar os anos 80 em uma aventura cinematográfica de tirar o fôlego.
Continuando o mesmo piloto rebelde de sempre, Maverick agora retorna ao Top Gun com intuito de ensinar um grupo de elite de novos pilotos a sobreviver a uma missão mortal. No entanto, o piloto ainda é cercado pelos fantasmas do passado, e, agora, deve lidar com a relação conturbada com o filho de seu melhor amigo Goose.
O longa inicia com uma belíssima homenagem ao seu antecessor, com cenas idênticas ao clássico, explorando o decolar e o pouso de aviões em alto mar, com o por do sol de fundo, Top Gun: Maverick já conquista a audiência pela nostalgia e saudosismo, sendo impossível desviar a atenção desde dos primeiros minutos. Isso se estende em diversos momentos, em que o filme presta uma homenagem referenciando cenas memoráveis em novos cenários.
Há de ressaltar que a construção da narrativa de Maverick se sobressai muito ao seu antecessor, consegue definir um rumo coeso, claro com um propósito digno a uma jornada de herói em redenção. A dinâmica do elenco mais jovem nos remete por muitas vezes o clássico dos anos 80, no entanto, entre a similaridade e a modernidade eles acabam encontrando sua originalidade e entretém o público entre os momentos mais tensos da trama.
Talvez seu único defeito seja o romance desnecessário, disfarçado de uma tentativa de manter Cruise como o galã irresistível dos anos 80. A relação entre Maverick e Penny (Jennifer Connelly) é cheia de lacunas, deixando a sensação de que perdemos algum filme entre os dois longas. Além disso, não contribui em nada na trama, não há um efeito que gere algo no desenvolvimento da trama, nem nos presenteia com cenas de impacto como foi com Charlie (Kelly McGillis).
Fica evidente o porquê Tom Cruise foi enfático ao dizer que investiu na tecnologia necessária para realizar o filme, e também o porquê ele demorou tanto para tornar sua ideia real. Além de toda dinâmica externa dos aviões, com ótimos takes e uma direção de fotografia impecável, os próprios veículos é um deleite visual. A tecnologia contribui para a fácil compreensão das missões, com imagens limpas e claras nas gravações internas, que por si só deixam o espectador segurando a respiração tamanha é a tensão.
Top Gun: Maverick é o filme que irá agradar até quem não gosta muito do gênero machão do cinema. O filme é emocionante, tocante, instigante, imersivo e completamente surreal. Sua ação é cinematográfica, é majestosa e extravagante, explorando todos os limites que existem. O drama é pontual, acompanhado de um humor característico de Top Gun, cotidiano e sarcástico, garantindo risadas e deixando o clima mais leve ainda que você se pegue emocionado por lembranças e acontecimentos dolorosos. O aprimoramento dos anos 80 se dá através de um ótimo roteiro acompanhado de personalidades que fazem com que a história seja vendável por todos os públicos de qualquer geração.
O filme estreia hoje (26) nos cinemas.
Nota: 5/5
Autor do Post:
Ludmilla Maia
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26 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.
Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.