Nesta quarta-feira (27/04) foi ao ar o penúltimo episódio de Cavaleiro da Lua. O episódio traz um formato diferente do que vimos nos outros episódios da série e, mais uma vez, Oscar Isaac se mostra como um ator espetacular.
Na série Oscar Isaac precisa se dividir em dois personagens bastante distintos: Marc Spector e Steven Grant. Porém esse episódio teve um requinte a mais, já que ele se passa dentro das memórias perturbadas de Marc (e no meio dessas memórias descobrimos o momento em que ele “inventou” a personalidade de Steven). Antes de ser lançada, o marketing da série prometia a abordagem de transtornos psicológicos, mas não foi bem isso que aconteceu. Mesmo assim eles abordaram algo interessante e igualmente importante: traumas.
O episódio começa com Marc e Steven descobrindo que estão mortos e, guiados pela deusa Tuéris que precisam equilibrar a balança da justiça para não ficarem perdidos no submundo. Indo atrás desse equilíbrio, as duas personas embarcam nas suas memórias até chegar no ponto crucial do episódio. Marc tinha um irmão que morreu afogado e durante a sua vida se sentiu culpado pelo acidente, principalmente porque a sua mãe jogou essa culpa para cima dele. Como um mecanismo de defesa, Marc criou a personalidade de Steve Grant quando ainda criança para fugir dos abusos e violências de sua mãe. Inclusive essa relação com a mãe dele foi deixada uma pista lá no primeiro episódio quando Steven ligava todo dia para ela, e no segundo episódio ele cita isso para Layla.
Oscar Isaac, mais uma vez, é o ponto alto do episódio, conseguindo trazer várias emoções para os personagens enquanto ‘contracena consigo mesmo’. Ele consegue trazer emoções diferentes até mesmo quando está triplamente em cena (quando é mostrado o primeiro encontro de Marc com Konshu). Se os efeitos especiais foram os alvos de críticas nos primeiros episódios, aqui eles mostraram uma evolução muito grande. A fotografia se mostra primorosa e dá camada a mais às nuances da mente problemática de Marc e Steven. O roteiro se sustenta, mas apesar das surpresas e reviravoltas, ele não é revolucionário como tenta ser (ou pelo menos como boa parte da recepção diz que ele é).
A sensação que fica para o episódio final é que Cavaleiro da Lua tem muitas coisas para concluir. A aposta em um episódio para explorar a mente de um personagem tão rico foi certeira, mas com um número pequeno de episódios a série precisa tomar cuidado para não deixar um número excessivo de pontas soltas. A não ser que esse seja o grande objetivo da Marvel para concluir em outras produções e nos obrigar a assistir tudo.
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Autor do Post:
Hector Sousa
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Sergipano. Bacharel em Cinema e Audiovisual. Cineasta, podcaster e improvisador. Escreve para Tribernna sobre cultura pop. Amante daquele pagodinho e fã do Miles Morales.