CRÍTICA | Morbius é uma completa confusão e desperdício de tempo

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Com Venom a Sony vem mostrando o seu empenho em montar o seu aranhaverso, com vilões do cabeça de teia, preparando um terreno para um possível retorno do herói à empresa. Flertando com a possibilidade da criação do Sexteto Sinistro ou Filhos da Meia-Noite, Morbius chega para intensificar um planejamento feito…sem pé nem cabeça.

O filme conta a história de Michael Morbius (Jared Letto), um jovem que sempre sofreu com uma condição rara em seu sangue que o faz andar de bengala e desde criança ser excluído por outros. No entanto, Morbius se torna um doutor renomado na área de biomedicina e tenta achar uma cura para sua rara condição. Até que ele começa a realizar experiências com o DNA de morcegos e se transforma em um pseudo-vampiro.

Sim, o filme é sobre isso. A Marvel tem um Drácula para chamar de seu. Com Jared Leto, Matt Smith e Adria Arjona no elenco, Morbius é uma confusão, tanto na construção da sua trama quanto no próprio personagem. Como Venom, o personagem não se consagra vilão nem mocinho, flerta como anti herói, mas nem disso podemos classificá-lo. Por que? Morbius é um personagem com uma construção péssima, sem motivações e sem uma trajetória clara que justifique sua existência no cinema.

O filme não consegue agradar nem como uma história de origem, nem suspense, thriller, muito menos terror. Falha em não saber definir um tom ao filme, que fica confuso e desleixado em tudo que se propõe a fazer. Nem vou me estender em questionar o porquê a adaptação cinematográfica transformou o melhor amigo em um antagonista do protagonista, quando ele serve de fato como um gancho emocional e divisor de águas para o personagem nas hqs.

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Ainda assim, não há muito o que se esperar de Morbius na verdade. O personagem já é apático nas hqs, com uma história sem graça, sem um propósito e com suas motivações vagas e confusas. Como nas histórias em quadrinhos, Morbius do cinema é um personagem com uma criação e desenvolvimento preguiçoso. 

O que mais me surpreende em Morbius foi o fato de alguém realmente ter topado fazer esse filme. Pior, alguém ter concordado que o roteiro realmente estava bom. Fico entre o desespero de criar um universo consolidado de vilões do Homem-Aranha e o apego de criar mais um vilão “farofa” como Venom, achando que o raio de criar vilões ruins mas carismáticos cairá duas vezes no mesmo lugar.

Contudo, não posso negar que a caracterização dos vampiros realmente estava legal. Não deu medo (se esse foi o propósito, falhou), mas criou uma identidade visual bem distinta e próxima a uma realidade mais crível. Por outro lado, o excesso de slow motion para evidenciar a caracterização dos personagens estragou essa dinâmica, parecendo por muitas vezes um vídeo game (tipo playstation 2, não o 5) do que efeitos especiais cinematográficos.

A maior tristeza disso tudo foi o desperdício de Matt Smith, que é um ator excepcional, porém preso em um papel medíocre e raso. Bem como Jared Leto, que ansiava por uma oportunidade em seu primeiro protagonismo em blockbuster. A química entre os dois funciona dentro do limite da razoabilidade, mas seus conflitos emocionais são tão ridículos que agridem o espectador, que é subjugado pela crença de que isso nos faria comprar essa história.

Esse sentimento se estende em outros dois momentos; quando a trama nos tenta vender um romance abruptamente, sem nos preparar ou dar indícios dele, se tornando algo inteiramente anticlimático e vergonhoso. E, quando o filme tenta cria ruma ligação com o universo do Homem-Aranha, a partir dos vilões, flertando com a possível criação do Sexteto Sinistro, porém sem fundamento algum já que o nosso querido Morbius não flertou com a vilania no filme, e muito menos conhece o cabeça de teia. Logo, nada faz sentido! Só seu tempo jogado fora.

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Morbius é um filme que já nasceu perdido. Um personagem raso e sem uma motivação clara, fica claro que qualquer filme que partisse dele não traria um bom divertimento. Sua última esperança foi o carisma de Jared Leto, que realmente se esforçou para entregar seu máximo em um filme que entregou menos que o mínimo.

Nota: 1/5

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Autor do Post:

Ludmilla Maia

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26 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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