CRÍTICA | “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” é o melhor filme até então, mas ainda comete os mesmos erros

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O terceiro filme da saga que explora as aventuras de Newt Scamander (Eddie Redmayne), um dos mais importantes magizoologistas do universo Harry Potter, chega nos cinemas no dia 14 de abril trazendo Albus Dumbledore (Jude Law) convocando uma equipe de bruxos na luta contra o vilão Grindelwald (Mads Mikkelsen). Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore talvez seja o melhor filme até então, mais maduro, mais sombrio e, definitivamente, mais político.

Com o retorno do diretor David Yates no terceiro longa, a trama traz as consequências da popularidade de Grindelwald e a corrida contra o tempo de Scamander e Dumbledore em evitar que o antagonista consiga o poder e a influência no mundo mágico.

Ao contrário do seu antecessor, nesta altura do campeonato o filme não desperdiça seu tempo trazendo uma história que parece mais um prólogo monótono. Pelo ao contrário, durante as suas 2h 23min de duração a trama cria uma narrativa evolvente, mesclando entre os segredos dramáticos de Dumbledore, a crueldade de Grindelwald  e  os incríveis animais fantásticos de Scamander.

Este talvez seja o único, dentre os três filmes, que honra o seu título. Os animais fantásticos não são meros figurantes da história, todos tem um papel crucial na trama, além de nos fazer rir e trazer leveza ao filme.

A importância desses animais é tão elevada que o ser que pode fornecer mais credibilidade a um bruxo naquele cenário é um animal fantástico. Além disso toda sua majestosidade é elevada neste filme, trazendo mais diversidade nas espécies e evoluindo seus efeitos especiais, os tornando, em determinados momentos, mais ameaçadores e assustadores. 

O maior acerto de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore foi, definitivamente, a adição de Mads Mikkelsen no papel do bruxo antagonista. Seu antecessor foi um personagem caricato e sem credibilidade na entrega de sua performance, Mikkelsen, por outro lado, é sagaz ao vestir as roupas de Grindelwald. O ator consegue trazer a essência do vilão em tela, com sua crueldade e vilania, mesclada ao seu ar sedutor. Além disso, a química entre Mikkelsen e Law é de quebrar o coração de qualquer um, presenteando Dumbledore com frieza e manipulação, a caminhada do professor durante os filmes de Harry Potter se torna mais árdua e dolorosa com o conhecimento da relação dos dois.

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O filme, obviamente, foca mais no trio já mencionado. No entanto, apesar de não explorar afinco, traz bons momentos de seus personagens coadjuvantes. Com leveza e humor na maior parte do tempo, contrapondo o drama intenso da história principal. Talvez o único elo fraco seja Credence (Ezra Miller), um personagem presente desde do primeiro filme, que teve uma revelação surpreendente no final do segundo, foi deixado de lado um pouco no filme. Ainda que tenha protagonizado uma das melhores cenas do filme, tanto seu desenvolvimento, quanto a conclusão, deixaram a desejar, não sendo condizentes com a magnitude de seu papel.

Apesar de toda evolução que este filme teve em relação aos demais, ele ainda permanece carregando a mesma cruz dos outros: ele não tem conclusão, seus arcos não são fechados e eles parecem mais um introdução a um evento colossal que está se aproximando. O filme, como um todo, acaba parecendo um episódio de uma série, em que você aguarda a próxima semana para a continuação e continua acompanhando até a season finale.

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é o filme que mais se aproxima, intencionalmente, de Harry Potter. Trazendo inúmeras referências, seja elas em easter eggs, ou até mesmo em cenas específicas, que foram quase recriadas em proporções diferentes, o filme tenta resgatar a essência de uma das franquias mais rentáveis do mundo do cinema. Se apoia as vezes na nostalgia, inserindo a conhecida trilha sonora e nos levando de volta a Hogwarts, e isso não se torna um defeito, faz com que o filme se torne acolhedor.

Com toda a expectativa criada em relação a participação relevante de uma atriz brasileira no elenco, talvez os fãs saiam decepcionados do cinema. Maria Fernanda Cândido é a candidata a Ministra da Magia Vivência Santos. E, apesar de ter um papel importante dentro da trama política, sua contribuição na prática se equipara a de um figurante. Apenas com uma fala, a sua personagem é uma promessa de algo maior, a incerteza de um desenvolvimento melhor. 

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Se a atriz, que prometeu ser uma peça importante na trama política, teve uma participação ínfima no filme, o Brasil mal apareceu. Por culpa da pandemia, rumores apontam que o filme teve as cenas no país tropical canceladas, logo, nós fomos presenteados apenas com um frame rápido de um dos pontos turísticos do Rio de Janeiro.

Fica claro que Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é o filme mais sombrio e político até agora, não se restringindo a criticar somente o Ministério, mas se estendendo a população que abraça os ideais extremistas de Grindelwald com facilidade. Conseguindo ser atual, ainda que o filme se passe nos anos 40. “Tempos perigosos favorecem homens perigosos.” 

O longa é muito bem feito, é evidente sua evolução, tanto na narrativa quanto nas partes mais técnicas. A sua trilha sonora é um portal mágico de volta a Hogwarts, sua ambientação nos remete a um ambiente conhecido e seguro, fornecendo uma experiência diferente das demais e sendo um “must see” nos cinemas.

Nota: 3,9/5

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Autor do Post:

Ludmilla Maia

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26 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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