CRÍTICA | “Como Pétalas que Caem” traz um romance sensível, agridoce e levemente inspirador

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Adaptado do romance My Lover, Like Cherry Blossoms de Uyama Keisuke, “Como Pétalas que Caem” estreou na Netflix na última quinta (24) trazendo uma drama romântico sensível, agridoce e levemente inspirador.

Com a direção de Yoshihiro Fukagawa (mesmo diretor de When Will You Return? de 2017), o longa japonês é protagonizado pela dupla Nakajima Kento e Matsumoto Honoka, e conta a história de um casal no início de um relacionamento, que começou de forma inusitada, se afastar após um acontecimento pra lá de trágico.

É quase impossível escrever essa crítica sem spoilers, então se você ainda não viu, para de ler aqui agora e vá ver, depois volte aqui para ler a continuação. Uma coisa eu garanto se você gosta de romances japoneses, você vai gostar desse. É singelo, íntimo, carinhoso e por fim doloroso. O filme até me remeteu brevemente de Um Amor para Recordar, então tenha isso em mente.

Agora, que já liberei a zona de spoilers, vamos começar do começo. Como Pétalas que Caem tem um pouco mais de duas horas de duração e, apesar de assustar um pouco, não tem uma história arrastada ou difícil de assistir. A verdade é que você mal sente as horas passando, a imersão na história é tão intensa que contribui completamente para isso.

O casal cria um vínculo maior quando Haruto (Nakajima), um fotógrafo amador e cliente assíduo da cabelereira Misaki (Matsumoto) tem o lóbulo da orelha cortado pela garota que é apaixonado. A partir daí os dois saem em um encontro em não se desgrudam mais. O relacionamento evolui e nós somos agraciados com cenas que fazem o coração de quem ama romance saltitar. E isso se dá graças a química entre os protagonistas, que nos convencem desse romance juvenil que está florescendo gradativamente.

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O corte no lóbulo da orelha do protagonista nos remete a uma famosa linha vermelha… sim, a da lenda Akai ito. A lenda japonesa diz que o destino conecta as pessoas com um fio vermelho no dedo mindinho e independente do tempo ou distância, essas pessoas irão se encontrar e realizarão uma história, seja ela de amor ou ódio. Os laços podem continuar em outra vida se o destino assim quiser. 

Logo, é possível fazer uma fácil associação da lenda com os protagonistas. Ainda que eles estejam separados ao fim, de alguma forma eles sempre estarão unidos, são almas gêmeas, e ele sempre encontrará ela, como ele encontra as pétalas de cerejeira na primavera. Esse pensamento é enfatizado na cena final, da carta, quando ela diz que ficou eternizada, o encontro dele ficou eternizado, graças as fotos.

Além de um romance, Como Pétalas que Caem tem um lado inspirador, quando aborda a perseverança de seguir seus sonhos. Através do olhar doce e até mágico de Misaki, a trama traz um significado por trás dos sonhos dos protagonistas e assim garante a eles motivações para se tornarem pessoas melhores individualmente e não dependendo um do outro. 

Talvez o único defeito do filme foi o fato dele afastar os dois protagonistas na metade do filme por causa da doença de Misaki. A forma como a história foi executada a partir dali, com a solidão e o brilho da protagonista se apagando não foi tão impactante como deveria ser. Alguma coisa faltou, esse sentimento se instaura o tempo todo, principalmente pelo fato de não observamos a sua aparência mudando aos poucos, e sim apenas vislumbres e em cenas específicas. No entanto, ele volta aos trilhos quando Haruto começa a conversar com ela através da porta de seu quarto, parece que a doença fica mais real e o fim mais próximo.

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A conclusão de Como Pétalas que Caem é intensa e triste, de quebrar o coração, mas ao mesmo tempo ela resgata a mensagem do começo: sonhos. O protagonista honra a memória de sua amada, apesar de um grande arrependimento, e encontra ela vivendo através de suas lentes. É um sentimento agridoce, por mais que seja triste que ambos não possam ter seu final feliz, da forma convencional, ao mesmo tempo o filme traz algo acolhedor. 

Nota: 3,3/5

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Autor do Post:

Ludmilla Maia

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26 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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