CRÍTICA | “Mudança Mortal” é a prova que ser baseado em fatos não é garantia de um bom terror

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Existem algumas características pré estabelecidas sobre filmes de terror que podem por si só dar uma garantia de que vai valer a pena, ser baseado em fatos sempre foi um detalhe de extrema relevância antes de dar play em um filme. É certo que saber que o que esta sendo televisionado de fato aconteceu trás a realidade para além das telas e se torna um detalhe importante na forma como a obra é consumida, filmes como Invocação do Mal ou O Exorcista sempre tiveram esse apelo a seu favor. No entanto Mudança Mortal deixa a desejar e perde a chance de fazer a realidade virar um ponto extra de imersão.

Natalie (Ashley Greene) e Kevin Dadich (Shawn Ashmore) estão com problemas no casamento desde que ela o traiu na própria cama do casal. Como recomendação da terapeuta, os dois decidem mudar de ares e investir em uma nova casa, numa tentativa de resgatar a relação. O problema é que a casa dos sonhos foi o cenário de um crime brutal, o que a tornou financeiramente acessível para o bolso do casal. No entanto o que deveria ser um recomeço acaba virando um pesadelo terrível, pois a nova casa traz de brinde uma presença que não deixará o casal seguir com a nova vida e trará a tona seus maiores medos e desconfianças.

Com quase duas horas de duração, o filme prefere focar nos problemas da relação conjugal e em suas consequências para a mente do casal. São essas pequenas falhas de comunicação que os tornam as vitimas perfeitas das armadilhas que a casa prega neles, uma chave no lugar errado ou um almoço que causa intoxicação alimentar vão aos poucos drenando ainda mais a fé que um tem no outro, até que todos os seus problemas sejam ainda mais expostos

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O problema é que em nenhum momento é possível sentir o medo que a tal presença parece causar. Seja por um roteiro fraco ou uma direção lenta, os momentos que deveriam ser mais assustadores acabam virando só mais um detalhe no filme, já que o telespectador não consegue sentir que os personagens estão realmente em perigo.

São apenas nos 19 minutos finais que a ameaça realmente se mostra perigosa e o plot revela não apenas o que estava acontecendo na casa, mas também o que causou o assassinato brutal no inicio. Falta carisma dos personagens para que a gente se importe com as suas vidas o bastante para sentir medo por eles e isso também falha. Até na cena em que realmente acontece uma morte de um terceiro personagem dentro da casa fica no ar o terror e a tela transmite apenas a apatia e a ausência da sensação de perigo, mesmo quando ele está lá.

Mudança Mortal é a prova que ser baseado em fatos não garante medo real a quem assiste, se a execução for fraca e simplória mesmo sendo um plot bastante plausível de acontecer. O terror da Netflix se enquadra na categoria de filmes de terror ruim para assistir quando estiver sem vontade de pensar muito ou sem interesse em sentir o medo de fato como um elemento presente.

Nota: 2,5/5

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Autor do Post:

Yara Lima

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Uma das fundadoras da Tribernna, estudante de comunicação social, nordestina e periférica. Divide o tempo entre ler, dormir e escrever por ai!

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