CRÍTICA | Apesar do final precoce, ‘Superstore’ encerra sua jornada sendo fiel ao que sempre foi

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É impossível falar de melhores séries de comédia atuais sem incluir Superstore, a série sobre a vida dentro de um super mercado demorou para emplacar, mas quando começou foi de uma vez só direto para o topo das mais comentadas nas redes sociais.  No entanto, como todas as boas séries da NBC, ela foi mais uma vítima do cancelamento precoce e sua história chegou ao fim após seis temporadas.

Criada por Justin Spitzer, estrelada por America Ferreira e Ben Feldman, a série mostra o dia a dia de funcionários de uma grande rede de supermercados lidando com questões pessoais e os mais estranhos possíveis clientes. Com um texto ácido e sempre pontual, a série consegue divertir e conscientizar acerca de grandes problemas dos Estados Unidos como a falta do sistema de saúde universal gratuito e as péssimas condições de trabalho. Tanto que um dos pontos mais debatidos da série é a sindicalização e como grandes empresas estadunidenses tem um verdadeiro pânico dessa palavra.

A ultima temporada de Superstore foi mais uma das que seguiu a cartilha de mostrar os efeitos da pandemia da Covid-19 e provavelmente uma das únicas que acertou o ponto sem exagerar ou fazer graça de uma situação tão problemática. Eles abordaram várias fases da pandemia e o quanto ela afetou diretamente o trabalhador, coisas como a desinformação inicial, a falta de equipamentos de proteção individual que deveriam ter sido oferecidos pela empresa (máscaras, luvas, álcool em gel),  a questão do transporte para aqueles que não trabalhavam em carro próprio e até os anti-vacinas estadunidenses. 

O Black lives matter também não passou despercebido, um dos melhores episódios da temporada foi o quinto episódio “hair care products” , que aborda o descaso das politicas da loja com a população negra. Ele rendeu ao Garet (Colt Dunn) mais tempo de tela o que por si só já é garantia de um bom entretenimento. Esse episódio é um dos momentos em que a série mostra porque tem um texto tão bom, tão politico e tão atual. Outro personagem que brilhou bastante em cena nessa temporada foi Cheyenne (Nichole Bloom) também um dos maiores crescimentos de personagens dos últimos tempos. Ela encerra a jornada seguindo os passos de Amy.

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A saída de America fez diferença, mas não afetou o teor cômico dos episódios e seu retorno para os momentos finais concluiu o arco da personagem com maestria. A série tem esse poder de nos entregar os personagens mais malucos e carismáticos dos últimos tempos e se despedir deles foi triste. A última temporada foi muito boa e atual, provando que ainda tinha bastante folego para respirar antes de sequer ser plausível um cancelamento,  e seus minutos finais foram uma homenagem perfeita para os personagens que estiveram presentes nos últimos seis anos. Com um flashfoward lindo, a última temporada de Superstore encerra nos mostrando o futuro dos personagens e o que cada um fez da sua vida mantendo regularmente a amizade entre eles. 

Em tempos de tantas séries iguais sendo renovadas é realmente uma tristeza dar tchau a Superstore

As 6 temporadas da série estão disponíveis na Netflix.

Nota: 5/5

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Autor do Post:

Yara Lima

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Uma das fundadoras da Tribernna, estudante de comunicação social, nordestina e periférica. Divide o tempo entre ler, dormir e escrever por ai!

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