Uma das franquias de jogos mais amadas pelos gamers também é uma das mais temidas pelos cinéfilos. Resident Evil não tem lá uma boa impressão no cinema, porém apesar de tudo Milla Jovovich sempre foi uma personalidade viva na franquia, agradando um pouco até aqueles que desgostam. Kaya Scodelario tenta emplacar o mesmo efeito, mas sua atuação fraca combinada com um roteiro vazio apenas nos dão frustração sem divertimento algum.
Com roteiro e direção de Johannes Roberts, o novo filme de Resident Evil entitulado Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City se passa quando uma vez próspera empresa farmacêutica Corporação Umbrella que atuava em Raccoon City agora é nada mais do que uma cidade fantasma. O êxodo da empresa deixou a cidade cheia de perigos ainda a serem descobertos. Mas quando o mal é liberado, a população local é ameaçada e apenas um grupo de sobreviventes sobraram para descobrir o mal que se esconde na cidade e na antiga Umbrella para sobreviver a noite.
Tentando repaginar a adaptação do primeiro jogo para o cinema, Resident Evil – Bem-Vindo a Raccoon City tem uma abordagem um tanto quanto desastrosa. O filme não se sai bem nem com os fãs dos jogos, nem com os fãs de terror. Criado exclusivamente para exibir referências visuais, o filme não consegue explorar afinco a história perturbadora por trás da Umbrella, muito menos o perigo que os infectados causam.
É visível que o filme tentou ao máximo agradar aos fãs da franquia, ao criar uma réplica muito convincente da mansão, bem como outras locações familiares aos admiradores. No entanto, um filme não pode apenas se sustentar com referências e fanservice visual. A história peca muito ao construir os personagens, sendo totalmente omisso principalmente com Leon (Avan Jogia) que vira um policial bobo e inútil, que não soma em nada na trama e só sabe falar uma palavra: fuck. Avan tenta salvar o personagem com seu desempenho regular, tentando jogar seu carisma em um personagem totalmente apático.
E por falar em apáticos… Kaya Scodelario consegue ser a pior protagonista de 2021. Carregando uma atuação monótona, sem expressão algum ou reação lógica aos acontecimentos conforme surgem, Kaya transforma a Claire em uma personagem vazia e que serve apenas para fazer carão e pose com armas. Os demais atores desempenham seus papéis conforme a trama pede, ou seja, de forma miserável. E fica evidente que, com exceção de Kaya, os outros não carregam a culpa em sua atuação e sim no roteiro precário.
O filme promete uma cidade fantasma e cheia de perigos mas não explora isso, promete segredos e teorias da conspiração mas expõe a verdade ao espectador na primeira oportunidade. Não há sentido na proposta do filme quando sua execução caminha no sentido oposto. Chega ser cômico quando a narrativa cria momentos de tensão, tentando copiar os jogos, porque são jogados e nada coerente com o que está sendo preparado para o espectador.
A verdade é que Resident Evil – Bem-Vindo a Raccoon City presume que os espectadores já conheçam toda a história e entregam um enredo pela metade, esperando que todos captem as referências e entendam para onde a trama está indo. Sem criar uma atmosfera aterrorizante, sem dinâmica alguma do grupo, nem ao menos o mistério que a Umbrella carrega por trás de toda teoria da conspiração, o filme não consegue ser eficiente em nada que se propõe. E quando ousa em apostar em efeitos especiais piora, piora e muito.
Nota: 1,9/5
Autor do Post:
Ludmilla Maia
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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.
Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.