Uma das produções mais aguardadas pelos fãs de k-dramas chegou na Netflix na véspera de Natal (24) trazendo em uma história de ficção científica, criada por Park Eun-kyo, uma das duplas mais admiradas pelos dorameiros Bae Doona e Gong Yoo.
Em The Silent Sea (título em português: O Mar da Tranquilidade) acompanhamos a história de uma cientista que decide se juntar a uma importante missão para recuperar misteriosas amostras de uma substância em uma estação espacial na Lua. Porém, algum tempo antes, um trágico acidente aconteceu na estação, matando todos os astronautas que estavam lá, incluindo sua irmã. Agora esse novo grupo precisará descobrir o que aconteceu e talvez enfrentar uma perigosa ameaça.
A trama nos ambienta logo no começo em um futuro quase que apocalíptico, em que a humanidade atravessa por uma escassez de água, sendo nossa última esperança a Lua. Ao nos introduzir na história o k-drama já aborda uma problemática bem presente na nossa sociedade: a desigualdade social. No entanto, adaptando para o seu enredo, a narrativa cria “categorias” de classes sociais que privam os mais pobres da água restante. Fica claro logo no primeiro episódio todo potencial de The Silent Sea que mostra que é além de uma história scifi padrão e tem um roteiro mais intenso.
Em apenas 8 episódios (de menos de 1 hora cada), a história é montada através de um enredo misterioso e cheio de surpresas. Além de uma descoberta capaz de salvar a humanidade, os perigos que ela carrega não são nada páreos ao o que a humanidade é capaz de fazer. Mais uma vez o roteiro aborda o egocentrismo do ser humano munido de poder em desvalorizar a vida a bel prazer.
Agora, preciso assumir que o primeiro adjetivo que pensei sobre The Silent Sea foi “bizarro”… e é simples o porquê: a cada descoberta que temos, principalmente aquelas ligadas ao que aconteceu 5 anos atrás na estação espacial contém doses de uma bizarrice fora do comum, e eu digo isso no melhor sentido da palavra! Como em Round 6 que a gente se pergunta como alguém é capaz de apostar sua vida em um jogo, nesse a gente se pergunta até onde a humanidade vai para conseguir água… uma vida (ou várias) é o nosso preço?
A revelação final, do que realmente aconteceu na estação, é assustadora, quando paramos para absorver e refletir sobre toda pesquisa e experiências realizadas não há outra palavra a não ser…bizarro. Bizarro como mesmo sendo uma história sobre uma realidade apocalíptica inexistente a gente ainda consiga ver algum resquício de realidade misturada com o temor de que algum dia acabemos diminuindo o valor da vida com desculpas fantasiadas de heroísmo.
As grande estrelas de The Silent Sea são definitivamente a fotografia, ambientação e efeitos especiais. Uma produção de milhões, né! É incrível como a partir do momento em que eles pisam na nave tudo é extremamente bem feito, das luzes que ditam atmosfera da cena, aos figurinos e construção de cenários nos guiam a uma imersão sem volta, enfatizando sentimentos como o medo do desconhecido conforme os episódios avançam.
Agora, falando sobre as atuações: não é novidade que Bae Doona e Gong Yoo roubaram a cena por diversas vezes, principalmente nos embates que seus personagens protagonizavam, ainda assim vale ressaltar que Lee Joon, Kim Sun-young, Lee Mu-saeng, Lee Sung-wook e os demais atores contribuíram com a construção de uma história belíssima de assistir, com a criação de personagens que nos surpreendem, chocam e questionam nossa habilidade de confiar em todos.
A narrativa de The Silent Sea é extremamente fluída, sem tempo para enrolar, os episódios passam voando e chega ser impossível não maratonar. A cada final de episódio é implementado o sentimento de uma continuação imediata, em uma história que carrega elementos narrativos atrativos àqueles que gostam tanto de ficção científica quanto mistério. Com um final de tirar o fôlego, The Silent Sea encerra a história com um gostinho de quero mais, apesar de encerrar um ciclo deixa um espaço para uma continuação (que eu já imploro para a Netflix deixar acontecer).
Nota: 5/5
Autor do Post:
Ludmilla Maia
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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.
Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.