CRÍTICA | Gossip Girl tenta achar seu próprio ritmo mas acaba se apoiando em efeitos notálgicos

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Responsável por dar continuidade a uma geração de fofoqueiras, a nova Gossip Girl estreou na HBO MAX em julho deste ano, causando em nesta que vos fala uma ótima primeira impressão, com um ar promissor, mais consciente e inclusiva. No entanto, nem tudo são flores, infelizmente a série deixa a desejar em seu desenvolvimento, parecendo não saber muito bem qual rumo tomar e acaba mirando por diversas vezes na sua antecessora, seja em referências diretas ou nas tomadas de decisões de seus personagens.

A criação de personagens de moral duvidosas foi uma das coisas que Gossip Girl sempre foi muito boa em fazer. Criar aquele tipo de pessoa que você não sabe se odeia ou ama, que a única certeza que tem é que ele te deixou intensamente intrigada. Infelizmente nesta nova versão falta muito a coragem que o outro exalava. A todo momento a trama parecia perdida ao criar a personagem vivida por Jordan Alexander, ora boazinha, ora impulsiva beirando a maldade; se distanciando cada vez mais de uma personagem “boss bitch” que gostaríamos de ver. O que parece é que Gossip Girl ainda não definiu ao certo as personalidades de seus personagens principais, principalmente Julien, nos dando uma história inconstante e cheia de motivações rasas com arcos sem propósito algum.

Fica claro que a primeira parte da primeira temporada tenta encontrar sua própria identidade, se perdendo um pouco na lentidão que as coisas evoluem, porém se destacando ao apostar em caminhos que a distinguem de sua antecessora, como a revelação da Garota do Blog e também a inclusão do elenco de professores na história principal.

Esta ótica, dos adultos afetados pelos adolescentes ricos e mimados, é algo extremamente positivo para o enredo da série. Não limita a trama em algo superficial demais, nem bobo demais com as frivolidades de adolescentes. No entanto, a narrativa acaba perdendo a mão especificamente neste arco, saturando a presença de certos personagens e deixando toda história cansativa de assistir.

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A segunda parte de Gossip Girl se sobressai com a definição de pontos mais definidos a certos personagens, para que assim pudessem ser desenvolvidos de forma satisfatória. Ainda assim, a trama acaba repetindo algumas ferramentas na narrativa da sua antecessora, ao criar uma possível rebeldia em uma de suas personagens, nos remetendo a pequena Jenny, a inconsistência de Serena e a incapacidade de ser fiel a alguma coisa sem ser a ela mesma, além da retratação de sexo e drogas de uma forma bem característica de GG.

As sub tramas entre as irmãs acaba sendo cansativa de assistir, sempre carregando a mesma motivação e limitando as meninas somente aquilo. Somente ao fim que o enredo parece desesperado em criar um arco para  Zoya (Whitney Peak) fora do nicho do elenco principal, acaba se transformando em algo desesperado e feito às pressas.

O destaque da temporada de estreia vai para o trio Max (Thomas Doherty), Audrey (Emily Alyn Lind) e Aki (Evan Mock), que beberam do melhor que GG pode oferecer, a excentricidade dos adolescentes ricos, a descoberta sexual e amorosa, a confusão emocional que adolescentes sofrem, tumultos familiares e em todo arco que eram inseridos desempenharam com louvor seus papéis, por muitas vezes roubando o protagonismo da trama.

Com um final inconsistente e sem sentido (para os personagens e seus rumos), a série acaba se apegando a nostalgia novamente, inserindo a participação especial da família de Blair Waldorf, que não teve propósito algum a não ser deixar os fãs felizes. Durante todos os episódios da primeira temporada é isso que parece ser, um grande fanservice na tentativa de deixar os fãs felizes, mas falhando por não conseguir de fato ter algo originalmente tão bom quanto a nostalgia pelo qual se apoia.

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Nota: 3/5

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Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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