Entregando absolutamente tudo em cinco episódios finais eletrizantes, ‘La Casa de Papel‘ concluiu sua história na última semana, na plataforma da Netflix. Acompanhamos o desenrolar do assalto ao Banco da Espanha e finalmente conhecemos seu desfecho, bem como o de seus protagonistas.
Apostando fortemente no drama, não deixando o apelo melodramático de sua jornada de lado, mas também trazendo seu lado político ao tratar de relações econômicas e “humilhar” a Espanha em diversos momentos, a parte final da quinta temporada não encontra momento algum para respiro e traz plots por cima de plots, todos, como sempre, apostando alto em algumas conveniências, mas convencendo pela forma como a narrativa trabalha esses plots e os criadores parecem ter organizado minuciosamente as cenas.
A série trabalhou de forma pesada a carga emocional de suas cenas e o apelo do elenco, que continua sem sombra de dúvidas um dos seus maiores pontos altos. Carismáticos, todos os personagens brilham nas suas sequências e vão do humor ao drama em um “passe de mágica”, preenchendo a tela por completo, mesmo quando não estão acompanhados de explosões. Os diálogos trazem muitos momentos marcantes e fundamentais para entendermos esses personagens e as “peripécias” dos criadores que estão por trás. Uma delas, que gera polêmica e discussão até hoje, é a forma como o roteiro transforma esses “vilões” em “heróis”. Aqui, mais clara que nunca, a série não faz qualquer questão de esconder o que parece, ao “zombar” da Espanha em seu último episódio e na solução criada pelo Professor (Álvaro Morte). Ao abraçar este final, ‘La Casa de Papel‘ subverte muitas ideias e provoca quase uma “revolução”.
A trilha sonora também chamou a atenção nesta reta final, além de bastante câmera lenta e muitas montagens com os personagens. Importante também a forma como a trama conseguiu unir o núcleo de Berlín e seu filho, sempre apresentados em flashbacks, ao presente. Se anteriormente as cenas com ambos pareciam deslocadas e sem motivo nenhum a não ser trazer de volta o personagem de Pedro Alonso, um dos mais amados pelo público, a série conseguiu encaixar bem e justificar a sua importância para o presente e desenrolar da história. Ainda com muitos flashbacks, mostrando inclusive um pouco mais sobre o passado do Professor e o desconstruindo, a série conseguiu equilibrar e administrar muito bem o drama dentro da ação frenética dos seus últimos passos.
Fechando com maestria sua jornada de cinco temporadas, a parte final de ‘La Casa de Papel‘ emocionou, divertiu, fez chorar, trouxe tensão, nervosismo e seus amados personagens de volta. Concluindo cada arco de forma cuidadosa e muito gentil, entregou tudo o que os fãs queriam e precisavam após uma morna quarta temporada, perdida entre dramas excessivos e desnecessários. Cativante, a série termina em alta e deixa a estrada aberta agora para spinoffs e a sua versão coreana, que deve chegar à Netflix em 2022. Que mantenham o nível! A série original termina, mas deixa um legado e a sua marca na História.
Nota: 4,5/5
Autor do Post:
Paulo Rossi
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Um sonhador. Às vezes idealista, geralmente pessimista e sempre por aí metido num bocado de coisas. Apaixonado por audiovisual, cearense com baita orgulho e um questionador nato com vontade de gritar ao mundo tudo que acredita.