Pra começar, preciso dizer que sou apaixonado pelo anime do Cowboy Bebop, e estava morrendo de medo dessa adaptação, mas graças ao Kami Sama, a Netflix acertou em cheio na adaptação e conseguiu fazer o impossível, trazer a densidade do anime para o live action.
A trama do anime é a mais simples possível, um grupo de caçadores de recompensa que viajam pelo espaço na nave Bebop numa realidade pós apocalíptica, mas o que consagra a obra é a complexidade e a intensidade dos traumas dos protagonistas, a animação, a trilha sonora, a expressividade dos personagens faz tudo ficar mais dramático, como um simples ato de pegar e acender um cigarro, e a série conseguiu puxar essa carga dramática de maneira espetacular, e tudo ficou ainda mais perfeito com a atuação do John Cho, no papel do protagonista Spike Spiegel.
Como é de se esperar, a série é uma adaptação, com total liberdade poética, por isso, algumas diferenças são necessárias, algumas impactantes, e outras nem tanto. O passado de alguns personagens e até mesmo o futuro foi alterado para fazer mais sentido no live action.
A trilha sonora continua impactante, os efeitos visuais são esforçados, não são bons, mas dá pra ver que a direção de arte se esforçou ao máximo para dar a sensação de viagens espaciais plausíveis, a interpretação dos protagonistas é um show à parte, Daniella Pineda como Faye Valentine, John Cho como Spike Spiegel e Mustafa Shakir como Jet Black traz a sensação que os personagens saíram direto dos animes para a tela da Netflix.
Agora os pontos negativos, o humor forçado e a falta de sensibilidade em algumas piadas deixaram um gosto amargo, a lentidão no início da série também me incomodou um pouco, demorou para pegar no tranco, e quando deslanchou, acabou a primeira temporada.
Mas o saldo é positivo, a série funciona muito bem tanto para os fãs do anime, quanto para quem nunca ouviu falar de Cowboy Bepop, o live action tem muito ainda pra crescer, torço muito para ser renovada e whatever happens, happens.
A série Cowboy Bepop está disponível na Netflix, assim como os 26 episódios do anime clássico.
Nota: 4,8/5
Autor do Post:
Gilcimar Santos
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Estudante de Jornalismo, que adora escrever o que pensa. Consumidor assíduo de cultura pop e filmes de terror, com personalidade baseada na mistura de Fernando Pessoa e Edgar Allan Poe. Quero Café!