A série “As Infinitas Possibilidades de Tudo dar Errado” já tem duas histórias: a primeira se passa no Natal e a segunda no Casamento. As obras são de autoria da jovem Isabelle Maciel, de 21 anos. Além do bom-humor característico da autora, que consegue transmitir isso para os livros, as histórias protagonizadas por Larissa e Rafael ainda deixam transparecer outra coisa: o orgulho de ser cearense.
É bem verdade que as histórias ainda não exploram o estado do Ceará como um tono. No entanto, em mais de um momento, Isabelle Maciel destaca o seu estado e o sangue cearense correndo nas veias dos seus personagens, mostrando o orgulho local – algo que falta em algumas histórias nacionais.
Confira abaixo o bate-papo completo que tivemos com Isabelle Maciel, um jovem talento nacional:
1 – Primeiro, conte-me mais sobre você. Qual seu nome, idade, metas artísticas, sonhos profissionais?
IM: Meu nome é Isabelle Maciel, tenho 21 anos, moro e sou natural de Fortaleza/Ceará e sou estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Ceará. Sobre metas artísticas, estou trabalhando em um projeto de livro agora, que ainda não possui nome, mas tem relação com música e um ex-casal que ainda se ama. Além disso, já comecei a escrever o próximo conto de “As Infinitas Possibilidades de Tudo Dar Errado”.
Em relação a sonhos profissionais, acredito que o que talvez resuma tudo seja o fato de eu querer contar boas histórias, tanto no meu trabalho como autora quanto no jornalismo. Trabalhar na comunicação não é só sobre como eu comunico, mas principalmente como posso dar voz para os outros.
2 – De onde veio a inspiração para a série “As Infinitas Possibilidades”? Como foi o processo criativo?
IM: Provavelmente se você me perguntasse isso há um tempo, não saberia responder, pois não ia lembrar de jeito nenhum! Graças a Deus sou do tipo que adora escrever uma nota de autora ENORMEEE, e lá em “As Infinitas Possibilidades de Tudo Dar Errado (no natal)” eu explico. Bem, a Larissa surgiu porque em um determinado dia (e o motivo eu não sei), fiquei pensando assim: se eu estivesse entrando no hospital, naquelas macas duras e com as luzes piscando na minha cara, ia segurar a mão do médico e soltar: “Doutor, pelo amor de Deus, eu não quero morrer não!”. Depois as coisas simplesmente fluíram.
O processo criativo foi basicamente essa ideia inicial, depois a montagem de vários cenários na minha própria mente (um pouco doida), o rascunho do que imaginava no papel e depois deixei que os personagens fluíssem na escrita.
3 – O bom humor da Larissa é um dos pontos altos da história. Suas piadas e forma de levar a vida são divertidas. Ela é próxima a ti nesta forma?
IM: Aqui no Ceará a gente usa a expressão “é cuspida e cagada” para falar quando uma pessoa ou coisa é parecida com a outra. Então, a Larissa sou eu cuspida e cagada (que coisa nojenta!). Ela é minha personagem mais fácil de escrever exatamente por sermos muito parecidas. Por exemplo, a gente não bebe, não fuma, somos jornalistas (eu ainda em formação), amamos animais, e somos loucas. Todos aqueles pensamentos dela, cantando Noites Traiçoeiras e falando sobre feéricos e a Ana Maria Braga, são meus pensamentos. Nossos gostos são os mesmos e a gente tem até os mesmos problemas familiares.
Então, se você conheceu a Larissa, em partes também me conheceu.
4 – Já o Rafael está um pouco mais distante na primeira obra, mas se aproxima com o desenrolar da história. Qual foi a inspiração para criar o “homem dos sonhos”?
IM: Acredito que Rafael tem um pouquinho de cada personagem por qual já me apaixonei na vida. Um combo de músculos e fofura que forma esse tal “homem dos sonhos”. Mas o principal de tudo, para a criação dele, é que ele é o completo oposto da maioria dos homens que convivo e convivi. Antes de ser um bom namorado para Larissa, ele é uma pessoa maravilhosa. E, além disso, ele veio para dosar a maluquice dela. Enfim, acho que a própria Larissa poderia falar um pouco sobre ele, não é?
Larissa: Primeiro que Rafael não é o homem dos sonhos, viu! Só o que ele tem é defeito! Além disso, nunca tampa a pasta de dente, parece que dá uma pane no sistema dele. Mas sim, tenho muito orgulho de Rafael. Ele é esforçado, estudioso, muito atento na profissão e com as pessoas. Ele é o tipo de pessoa que realmente se importa, sabe? Ele para, olha nos seus olhos e escuta o que você tem a dizer, nem que seja sobre uma compra online (faço muitas compras online). Ele também dificilmente se estressa e é sempre gentil. E isso às vezes é ruim, viu, porque ele não quer atrapalhar ninguém e nem magoar o outro (mesmo quando esse alguém tá errado). Rafael me faz sorrir. Dança comigo mesmo que ache que não saiba dançar e me conhece tanto, mas tanto, que nem preciso falar. Além disso, é um puta de um gostoso. Não posso mentir.
5 – Uma coisa bem bacana na sua história é o destaque para a sua cidade, o seu país, além de dar nome para todos que estão na história, da manicure aos protagonistas. Por que foi necessário esse cuidado?
IM: Nem sempre escrevi histórias ambientadas em Fortaleza (ou no Ceará em geral), isso porque é muito claro, pelo menos para mim, que geralmente consumimos mais produções internacionais. Então, parece simplesmente mais fácil escrever aquele tipo de história que você já está acostumada. Mas aí faço a seguinte pergunta: não é mais fácil falar de onde você mora? Com seu próprio sotaque? Porque aqui em Fortaleza, eu conheço as linhas de ônibus, os restaurantes, as praias, os shoppings e se duvidar até os buracos de algumas ruas. Acho que foi essa pergunta e outras observações que me fizeram girar essa chavinha.
Além disso, é importante deixar claro que Fortaleza pode ser palco de boas histórias. Que aqui, assim como em qualquer lugar, pode ser cenário de uma boa comédia romântica e de um romance arrebatador. Na realidade, essas histórias estão acontecendo agora.
Sobre nomear todos os personagens da história, não tive necessariamente um cuidado, simplesmente escrevi. Acredito que seja porque assim como na vida da Larissa, manicures, depiladoras, cabeleireiras, faxineiras ou qualquer pessoa, de qualquer profissão, fazem parte de nossas vidas. Cada uma dessas pessoas possuem suas próprias histórias e fazem parte do nosso cotidiano. Além disso, aprendi há muito tempo que é importante chamar o outro pelo nome, isso mostra consideração e respeito.
6 – O que foi o mais fácil e o mais difícil para você escrever?
IM: Facilmente poderia dizer os trabalhos pra faculdade! Brincadeiras à parte, gosto de dizer que “As Infinitas Possibilidades” é um trabalho mais fácil de escrever, justamente pela Larissa parecer muito comigo e por ser um texto muito fluido.
De difícil de escrever, posso citar por exemplo o meu projeto atual, ainda sem título mas que os personagens principais se chamam Ana Flor e Sebastian Castell. Não é uma comédia romântica (até agora!) e por eles possuírem uma história mais densa, às vezes se torna mais complicado de escrever. Por exemplo, comecei a escrever o começo umas cinco vezes.
Em comparação, digamos que Larissa e Rafael são transparentes para mim, sei praticamente cada minúcia deles e não sou muito surpreendida, e Ana Flor e Sebastian são um vidro embaçado que estou lutando para limpar. Eles ainda estão um pouco magoados e descrever esses sentimentos com verdade às vezes pode ser um pouco complicado. Não sei se deu para mim entender, espero que sim.
7 – Estávamos conversando sobre isso outro dia, mas quero ouvir de você. Os fãs podem esperar novas histórias neste universo? Talvez um spin off ou sequência?
IM: SIM! Já estou trabalhando na lua-de-mel de Larissa e Rafael, e tenho planos para uma certa gravidez. Sobre spin-off, um dia estava escutando uma música (ADMV, do Maluma) e me veio toda uma possível história para Luana. Acho que é só questão de tempo (e muito trabalho)
8 – Quais os próximos passos da escritora Isabelle Maciel?
IM: Então, tô trabalhando nesse projeto de livro sem nome (o coitado!) e em paralelo a isso tenho algumas ideias de contos, como os da “As Infinitas Possibilidades”. Estou muito animada, são histórias que realmente quero contar.
Autor do Post:
Henrique Schmidt
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O louco dos livros, filmes, séries e animes. Talvez geek, talvez nerd, talvez preguiçoso, mas com certeza jornalista