CRÍTICA | 5ª temporada de Big Mouth é a pior de toda a série

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Educação sexual sempre foi um tabu em qualquer família. Seja pelo desconforto, ou até mesmo o medo de acabar incentivando de forma negativa algo que deve sempre esperar o momento certo pra acontecer.

Esse assunto sempre foi difícil de ser retratado na ficção. Porque a opinião pública sempre via com maus olhos qualquer que fosse o conteúdo que tentasse abordar sexualidade de jovens e adolescentes.

A missão não era fácil, mas Big Mouth sempre a cumpriu de forma divertida, informativa e criativa. Sem medo ou tato quando precisasse escandalizar.

A série de TV americana, produzida e distribuída mundialmente pela Netflix, é centrada em adolescentes baseados na criação de Nick Kroll e Andrew Goldberg no subúrbio de Nova York, com Kroll expressando sua juventude fictícia. Big Mouth explora a puberdade enquanto “abraça a franqueza sobre o corpo humano e o sexo”.

Agora a série chega para seu quinto ano cheia de novidades, como aconteceu em cada temporada, com personagens novos para dar um novo fôlego a série.

No decorrer das temporadas de Big Mouth, nos foram apresentados vários elementos que compõem o crescimento da personalidade e individualidade que cada adolescente passa, nesse momento de transição que se chama puberdade. Primeiro com a explosão de hormônios representada pelos monstros hormonais, seguindo com os traços de personalidade representados por emoções e transtornos mentais como: O mosquito da ansiedade, o fantasma da vergonha, o gato da depressão, entre outros.

Agora fomos introduzidos a dois personagens interessantes, que na minha opinião foram uma sacada muito inteligente dos criadores.

Os insetos do amor e as larvas do ódio, que são incrivelmente representados como dualidades e como equivalentes. Podendo mudar como os próprios sentimentos que mudam e se transformam de acordo com nossas experiências.

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Os personagens estão muito bem representados também, com suas inseguranças e medos, tanto em relacionamentos quanto no próprio futuro.

A maneira como a série trata a descoberta da sexualidade de alguns personagens, e como a fase da puberdade é importante para a construção dessa descoberta é incrível. Os autores foram muito sutis e diretos ao mesmo tempo. Apesar do número de palavrões enorme em quase todas as falas.

A questão é que isso não torna a narrativa ofensiva, a forma como os autores trazem debates pertinentes de forma escandalosa porém natural é muito bem executada.

A série começa lenta e arrastada nos primeiros episódios, insistindo em tramas que até então, já haviam sido resolvidas na temporada anterior. Isso acaba tomando muito tempo desnecessário que poderia ter sido usado para desenrolar tramas secundárias.

A série também fez um especial de natal, com histórias baseadas em contos de natal. Explorando recursos de animações diferentes para cada história, como stop motion entre outros, o que trouxe algo interessante e inovador. Porém o episódio foi mal executado e não acrescenta em nada a trama.

Do meio pro fim a série vai em uma crescente muito boa, quando os personagens novos chegam influenciando os jovens e movimentando a trama.

Porém no último episódio a série tem uma queda gigantesca.

Big Mouth sempre foi uma série muito sútil em suas temáticas abordadas. Assim, construiu com clareza ao longo das suas temporadas o que cada monstro representava dentro da trama para os jovens. Todavia, nesta temporal o roteiro simplesmente resolve -literalmente- pegar na mão do espectador e explicar tudo aquilo que já tinha ficado claro durante todas as temporadas, subestimando toda a capacidade de discernimento do espectador.

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Uma das piores coisas que se pode fazer dentro de uma trama, é subestimar a inteligência do espectador. Isso me tirou completamente da experiência. Me fez achar que a série não me achava suficientemente inteligente para entender o que estava acontecendo durante as temporadas que já tinha assistido.

Quando isso é feito no início de uma história para conceituar o universo em que ela se passa, é um ótimo recurso de roteiro. Mas depois de 5 temporadas escolher um momento completamente avulso para fazer isso, foi de muito mal gosto.

Big Mouth é uma série inteligente moderna e inovadora que não precisa de algo assim para se fazer entender. Espero que isso fique pra trás nas próximas temporadas para que possamos crescer e aprender junto com os personagens, como foi em todas as temporadas.

Big Mouth está disponível na Netflix.

NOTA: 3,5/5

3/5 – (1 vote)

Autor do Post:

Gladimir Carvalho

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Um lufano, que jamais abandonaria os amigos, como Samwise Gamgee não abandonou Frodo. Cinefilo quando dá. Aprendiz de Otaku, que sempre antes de tomar uma decisão importante, se pergunta: O que o Naruto faria no meu lugar? Podcast: @adultojovem

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