Após o retorno de Zack Snyder no mundo dos zumbis com Army of the Dead, o universo de mortos vivos de Las Vegas se estendeu ao ganhar um filme prequel, focado no arrombador de cofres Ludwig Dieter (Matthias Schweighöfer), ou melhor Sebastian, antes dele se juntar a missão suicida.
Exército de Ladrões: Invasão da Europa não é exatamente necessário para a trama de seu antecessor, ele não acrescenta em nada no enredo da história principal, porém ele entrega o que cumpre desde do início: diversão e humor. Não espere saber algo a mais do filme de Snyder, agora, no filme de Schweighöfer, a nossa única missão é se apaixonar ainda mais por seu personagem.
O que vimos antes, o tom cômico que Ludwig carrega, seu carisma e um leve toque de ingenuidade é amplificado neste novo longa. A essência do personagem ainda é a mesma, se ele serviu de alívio cômico para o filme dos zumbis, nesse ele dita o ritmo da narrativa, que se mantém leve e engraçada na maior parte do tempo, até quando ele mesmo não está presente em tela.
Fica claro que a criação dos personagens e da formação da equipe é muito bem desenvolvida, criando laços convincentes e provocando situações dignas de todos os clichês de filmes de ação. E o filme assume isso! O fato dele não se levar tão a sério é o que faz funcionar. A narrativa flui brincando com estereótipos do gênero, conversando diretamente com o público (sem quebrar a 4ª parede, calma) ao colocar em prática algumas ferramentas que são geralmente utilizadas, seja na forma de contar a história ou no desenrolar dela.
Por mais que a ação e a comédia sejam os gêneros predominantes no filme, a história consegue inserir um pouco de drama na medida da certa para dar mais intensidade aos personagens e suas motivações, principalmente ao protagonista Ludwig, que é um bancário sozinho, sem família, com uma vida monótona e sem propósito. O que faz todo sentido entender o porquê seu hobby é arrombar cofres e porque topou ir em uma missão suicida.
A equipe, por mais que não tenha ganhado um foco tão grande quanto do protagonista, também é essencial para o bom funcionamento da história. Nathalie Emmanuel, Ruby O. Fee, Stuart Martin e Guz Khan compõem um time que não compartilha muito sentimento, porém de algum modo funciona com o elo gerado com o personagem de Schweighöfer. O desempenho de Jonathan Cohen, como o policial obcecado em prender a equipe lembra muito dos filmes de ação/comédia dos anos 80 que sempre carregavam neste personagem a comédia mais escrachada, seja em sua personalidade ou em suas ações impulsivas e desastrosas. A maior decepção foi a personagem de Noemie Nakai, outra policial, não ter sido algum tipo de agente duplo, já que a história parecia alimentar isso diversas vezes.
A direção de Schweighöfer foi primordial, ainda mais quando a importância de seu personagem transparecia, sendo capaz de fornecer um olhar único a paixão de Ludwig pelas histórias da criação dos cofres, e, principalmente, no momento em que ele está fazendo seu trabalho. Por mais que tudo pareça muito fácil e você se sinta capaz de arrombar um cofre também, tudo que é proposto é conveniente já que a história não promete entregar uma trama dramática e fiel aos detalhes de um assalto, ela tem o propósito de divertir a audiência, com o carisma de Schweighöfer em um enredo despretensioso e arrojado.
O que mais diferencia as duas tramas é o tom escolhido por cada uma delas, talvez se Army of the Dead não tivesse se levado tão a sério, inserindo dramas a todo momento, ele daria mais certo, ele seria como Exército de Ladrões. O filme consegue exprimir a melhor essência do protagonista e desenrolar uma história gostosa de assistir e que irá agradar a todos os públicos.
Nota: 4/5
Autor do Post:
Ludmilla Maia
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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.
Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.