CRÍTICA | ‘Titãs’: Terceira temporada poderia ser mais

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Quando ‘Titãs‘ estreou a expectativa era grande para ver em live action o grupo de super-heróis, principalmente no tom sombrio anunciado pela produção. Após uma primeira temporada fraca e uma segunda cujo final dividiu muito as opiniões, a série chegou ao seu terceiro ano prometendo entregar o Capuz Vermelho e compensar alguns defeitos. Se por um lado alguns episódios elevaram o nível, outros não entregaram nada de muito diferente, mantendo a irregularidade da trama.

O enredo principal da terceira temporada mostra os Titãs se mudando temporariamente para Gotham após o sumiço do Batman, enlouquecido pelas ações do Coringa, que matou o Robin. A série mostra, num excelente episódio, o surgimento do Capuz Vermelho, e logo após a sua relação com Dr. Crane, o Espantalho. Ao longo dos episódios, no entanto, a série parece ir perdendo suas “forças” e a trama vai se cansando ao passo em que o Capuz vai se tornando insuportavelmente chato e o Espantalho enfadonho.

A impressão que dá de ‘Titãs’ é que a série deseja tanto usar vários arcos marcantes dos quadrinhos ao mesmo tempo que acaba destruindo-os. A narrativa muita vezes parece travada, não anda, e as soluções e execuções propostas pelo roteiro muitas vezes não só não convencem como constrangem. Ainda assim, a série é aquilo que sempre prometeu ser, já que a promessa sempre foi de um tom sombrio marcante, não de qualidade acima da média. Ninguém é feliz aqui. Todo mundo é triste, traumatizado, profundamente amargo e infeliz. Isso marca ainda de forma mais forte Gotham, já que alguns dos Titãs vez ou outra conseguem esbanjar um sorriso, diferente dos personagens que fazem parte do núcleo do Batman. ‘Titãs‘ não entrega mais do que qualquer outra série da CW, por exemplo, exceto raríssimas vezes, mas também não é pior que nenhuma. É para quem deseja embarcar nesta versão dos super-heróis, quase que como na série ‘Gotham’: seus arcos são próprios, este Universo não pertence a nenhum outro, o que dá liberdade aos roteiristas, para o bem e para o mal.

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Além disso, ‘Titãs‘ também parece revisitar arcos já utilizados em filmes da própria DC. O plano do Espantalho, por exemplo, não é nada muito diferente do que já vimos sendo executado por Ra’s al Ghul em ‘Batman Begins’. Essas escolhas empobrecem a história e dão uma sensação de deja vú indesejada.

Mas ‘Titãs‘ tem seus acertos. O elenco é um deles. Os atores são extremamente carismáticos e dão vida à seus personagens de forma muito competente. Ainda que a série não dê espaço a todos de forma igual, vários brilham quando encontram tempo em tela e por incrível que pareça parecem ter ganho mais destaque nesta temporada, que é tão dedicada ao Universo do Batman. O trabalho de fotografia e a trilha sonora também entregam bons resultados. E quando a direção acerta, acerta muito, assim como o roteiro.

Mais sombria que nunca por conta de Gotham, acertando e errando, ‘Titãs‘ finalizou seu terceiro ano prometendo o retorno à São Francisco. Fica a expectativa para que, na próxima temporada, toda a trupe tenha tempo em tela equivalente e a produção consiga executar melhor as ideias do roteiro, que também precisa se nivelar bem. Que finalmente os Titãs enfrentem as ameaças juntos, como a grande equipe que são!

Nota: 3,0/5

Autor do Post:

Paulo Rossi

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Um sonhador. Às vezes idealista, geralmente pessimista e sempre por aí metido num bocado de coisas. Apaixonado por audiovisual, cearense com baita orgulho e um questionador nato com vontade de gritar ao mundo tudo que acredita.

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