O mangá de Tsubasa Yamaguchi, publicado em 2017, teve a sua adaptação em anime lançada na Netflix neste mês de outubro. Blue Period terá seus episódios lançados semanalmente na plataforma de streaming aos sábados, “semi-simultaneamente” com a exibição original no Japão (com apenas 1 semana de atraso).
O anime conta a história de Yatora, um aluno inteligente, que consegue tirar notas altas (ao ponto de ser um dos melhores de sua turma), com um grupo de amigos fiéis mas que vive uma vida sem propósito. Até que um dia, ao passar pela sala de artes, ele se depara com uma pintura belíssima e fica absorvido por ela, quando se dá conta ele está completamente mergulhado no mundo das artes.
Antes de iniciar minhas primeiras impressões quero deixar claro que eu não li (ainda) o mangá, mas só o primeiro episódio foi o suficiente para despertar a vontade e o desejo de ler a história mais afinco.
A primeira coisa que chama atenção no anime, definitivamente, são os diálogos e o tema que ele propõe debate. Através do conflito interno que o protagonista vive, vemos o seu desabrochar para novas oportunidades e então fica claro em seu semblante quanto o mudou ter um propósito. Além disso, também é possível, ainda que breve, vivenciar toda tensão e receio que o jovem tem para se expressar – seja em sua arte ou palavras – principalmente com medo da opinião alheia.
Em diversos momentos a narrativa cria diálogos inspiradores e um tanto quanto filosóficos, que evidenciam a importância do conhecimento de técnicas para ser um bom profissional e desmistificar a palavra “dom”, bem como a importância de um tutor na vida de um jovem perdido.
Blue Period é visualmente lindo, além de ótimos traços que compõem a criação dos personagens, as paisagens externas que inspiram o protagonista, e até mesmo a pintura que o desperta de seu comodismo, são de tirar o fôlego. Ainda assim, o anime me deixou com um gostinho de quero mais, como se limitasse a criar cenários grandiosos.
Talvez o único defeito que vi de antemão seja como a introdução foi estupidamente rápida, não é possível ver claramente a transição do personagem entre as duas esferas de sua vida, vimos apenas vislumbres de como sua vida era monótona mas com momentos de inspiração que não compreendia, e como conseguiu encontrar um lugar ao sol após esbarrar com o clube das artes. Seria ótimo se a história demorasse ao menos 2 episódios para criar uma imersão maior e sentirmos mais o impacto quanto a mudança de vida que o protagonista se propõe a viver.
O anime consegue implementar com bastante sutileza influências da história da arte logo de cara, como por exemplo Picasso e o uso da cor azul. Na vida real, o pintor utilizou muito essa cor quando estava deprimido, enquanto Yatora ressignifica a cor, usando agora como um ato de descobrimento e auto afirmação quanto a sua verdadeira vocação.
Blue Period mostrou ser bastante promissor com seu primeiro episódio, com diálogos inspiradores, paisagens delicadas e ao mesmo tempo impactantes e alunos que parecem ter muito a oferecer, o anime promete entregar uma história capaz de emocionar.
Autor do Post:
Ludmilla Maia
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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.
Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.