CRÍTICA | “A Menina que Matou os Pais” traz à luz da trama a Suzane que o Brasil conheceu

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Após muitos adiamentos, finalmente, os filmes sobre o caso Von Richthofen estrearam ontem (24) no Amazon Prime Video. Em dois filmes distintos, a principal premissa é entregar a versão dita pelo casal de assassinos durante seu julgamento em 2006.

Em “A Menina que Matou os Pais“, que deve ser assistido depois de “O Menino que Matou meus Pais” de acordo com o diretor Maurício Eça, temos a versão de Daniel Cravinhos, namorado de Suzane, onde claramente ele tenta se eximir da culpa, colocando em evidência uma possível manipulação vindo de sua namorada.

Se em um filme nós temos uma Suzane mais indefesa, amedrontada, a imagem de alguém que merece ser salva. Neste filme nós temos uma Suzane mais decidida, incisiva, fria, manipuladora e realmente cruel. A imagem que o Brasil conheceu de Suzane, após a repercussão do caso na mídia, não foi a versão que ela tentou criar e emplacar, vista no outro filme, mas sim nesse em questão. Carla Diaz foi a grande responsável por dar o tom em cada um dos filmes, se transformando inteiramente em duas pessoas diferentes, principalmente em “A Menina que Matou os Pai“, onde mostrou um lado jamais visto em sua carreira. Brilhou! 

Confesso que este filme não foi o forte de Leonardo Bittencourt, que vive o namorado de Suzane, por muitas vezes o ator fica apagado e ofuscado pela Diaz e somente ao fim que demonstra uma confusão e a manipulação pelo qual alegou ser vítima que seu destaque chega, principalmente na cena do assassinato em si.

Há de salientar que os filmes não serviram para contar a verdade ou fazer justiça as vítimas. A trama não é responsável por taxar um culpado ou quem realmente foi o mandante do crime, desde de sua divulgação os filmes prometem entregar as versões dos principais réus, apenas isso. Com base nos autos do processo, o roteiro destrincha o relacionamento entre Suzane e Daniel, trazendo como ponto em comum o relacionamento abusivo e manipulador que eles compartilhavam. 

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Para alguns o caminhar do filme pode parecer algo muito simples diante da dimensão do crime, já que a gente vê a construção do relacionamento de dois jovens. Todavia, a experiência do filme não é estragada se você levar em consideração que a premissa principal não é resolver o caso e sim evidenciar a versão de cada um, sem taxar culpados e, principalmente, sem inocentar ninguém. O papel do filme não é humanizar ou justificar o crime, ele passa longe disso, inclusive a trama deixa a todo momento claro que aquela é a versão dos réus e não a verdade do ocorrido.

Talvez o único defeito do filme tenha sido se limitar apenas na construção do relacionamento dos dois assassinos e esquecer o julgamento e até mesmo o terceiro réu, irmão de Daniel, Cristian Cravinhos. Fiquei até o fim do filme esperando o momento em que a resolução do julgamento seria mostrada, como Cristian foi responsável pela confissão do crime que fez a polícia descobrir os verdadeiros assassinos mais a frente, enfim… uma oportunidade desperdiçada.

Os dois filmes se completam e se espelham em diversos momentos, principalmente no começo, no entanto foi em “A Menina que Matou os Pai” que podemos ver todo esplendor de Carla Diaz, saindo de sua zona de conforto, trazendo uma mulher fria, que beira a psicopatia, de uma forma maestral. 

Nota: 3,5/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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