Estamos passando por um momento bem complicado em todo o território nacional. Há anos vemos um sucateamento da Cultura. Mais recentemente, pensamentos retrógrados também atrapalham o desenvolvimento da área. Por isso, o livro “O Homem da Casa 7”, da Mariana Cardoso, se torna ainda mais importante e necessário: por todo o carinho que é nutrido por diferentes áreas culturais apresentadas nele.
A obra da Mari Cardoso é um ode, uma homenagem ao conhecimento, à cultura. Há quatro pilares apresentados: astronomia, literatura, música e artes. Todos partindo da figura “paterna” do professor Fred e sendo bem representados pelos quatro protagonistas: Jay, Liz, Juno e Archie, respectivamente.
É possível notar, por meio dos personagens, o carinho e paixão que a autora tem por cada um dos temas culturais abordados na obra. Somado a isso, qualquer pessoa que converse um pouquinho com Mari, que é uma artista totalmente acessível por meio das suas redes sociais, também poderá verificar o quanto dela está presente no livro.
Mariana Cardoso soube equilibrar bem o momento de exaltar a beleza da cultura, o bom-humor frequente na obra e os momentos de mistério e tensão, deixando em aberto quem estava por trás de tudo o que estava acontecendo. Isso porque, além de conseguir exaltar a cultura, “O Homem da Casa 7” também é um livro de mistério.
Inclusive, o suspense permanece presente até as últimas páginas. Por mais que, a todo momento, tenhamos um suspeito principal, sempre permanecemos na dúvida se o nosso palpite é certeiro ou não. Eu, pelo menos, não tive 100% de certeza até que a pessoa culpada fosse revelada – e isso não acontece sempre.
O livro me manteve entretido do início ao fim, desde a apresentação de cada um dos personagens, que foram narrando partes da história sob as suas perspectivas, até a resolução do mistério. Ademais, foi bacana ver o quão lado a lado andam a cultura e o debate de temas ainda tão importantes e atuais.
“O Homem da Casa 7” aborda preconceito, racismo, problemas de harmonia familiar, superproteção, entre outras coisas. Mas, para mim, o assunto que teve o melhor e mais bonito encontro em toda a história narrada por Mari Cardoso foi o local/momento no qual as diferenças sociais/por classe social se encontram e desaparecem por meio da arte, do conhecimento e da cultura.
Eu finalizei essa leitura no último dia 7 de setembro. Dia da Independência do Brasil. Infelizmente, atualmente, é uma data que representa todo o retrocesso que o nosso governo impõe, principalmente na parte cultural. Achei, para falar o mínimo, simbólico finalizar a leitura nesse dia. Principalmente por ter tido a sorte de adquirir o livro físico já em sua primeira tiragem.
O livro está disponível em ebook na Amazon. Caso tenha interesse na versão física, é necessário entrar em contato com a autora pelas redes sociais para saber a disponibilidade. Abaixo, um trecho da obra:
“Vocês andam por aí insuspeitados, quietos e solitários, sem saber o quão iluminados são. Privam todos de sua luz por medo e incompreensão, como uma estrela que se dobra e se recolhe até encontrar um céu mais propício para enfeitar, mas esquecem que, na verdade, o céu é e sempre vai ser de vocês”.
Autor do Post:
Henrique Schmidt
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O louco dos livros, filmes, séries e animes. Talvez geek, talvez nerd, talvez preguiçoso, mas com certeza jornalista