CRÍTICA | “Round 6” traz os piores extremos da humanidade em uma história que consegue te entreter

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Unindo drama, terror, suspense, mortes sangrentas e jogos infantis, “Round 6″ chegou na Netflix na última sexta (17) trazendo o pior da humanidade em seu estado mais bruto, e ainda assim conseguindo ser uma série divertida de assistir.

Pode soar confuso, quando falo que “Round 6” traz um extremo negativo da humanidade e ainda assim consegue ser divertido, mas calma, vai fazer sentido até o final desse texto. O grande responsável pela trama ser balanceada e se tornar mais leve, em contra partida com as mortes chocantes, foi o desenvolvimento dos personagens. Há uma grande diversidade de pessoas que acabam sendo atraídas pelo jogo, a maioria detém de um carisma e dores que causam empatia. Ainda que tenham alguns “vilões” claramente identificáveis, os outros personagens que ganham um certo destaque te cativam e conquistam pela forma como lidam com o jogo, já outros te surpreendem (negativamente e positivamente) pelo mesmo motivo.

“Round 6” acompanha um grupo de pessoas desesperadas por dinheiro que acabam sendo inseridas em um jogo pra lá de macabro, onde o vencedor leva uma bolada em dinheiro mas os perdedores saem mortos do jogo. A premissa não é inédita, inclusive você acaba pensando muito em Jogos Vorazes por diversas vezes, principalmente quando o jogo recebe alguns espectadores que vibram a cada morte (isso não é familiar?). No entanto, “Round 6” tá longe de ser igual Jogos Vorazes. Aqui não há uma trama ou crítica política, é mais um experimento humano, como uma versão mais leve de Jogos Mortais.

Durante os 9 episódios de 1 hora cada, a série consegue desenvolver bem seus personagens, os levando a traçar caminhos surpreendentes e evoluindo suas personalidade conforme necessário. Os destaques vão para o protagonista Lee Jung-jae e a estreante Jung Ho Yeon, que desempenharam seus papéis perfeitamente, capazes de emocionar e até confundir a audiência por nos fazer torcer para outra pessoa morrer para que eles pudessem sobreviver. *menção honrosa a participação de Gong Yoo simplesmente por ele ser ele!!*

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A única coisa deslocada da trama foi o arco envolvendo o policial, vivido por Wi Ha-Joon. Em suma, não levou a lugar algum, toda a história que envolveu sua investigação serviu apenas para criar uma pequena surpresa nos episódios finais da trama, já que não houve consequência alguma aos criadores do jogo nem aos jogadores. Um grande desperdício! 

“Round 6” foi responsável por abordar de forma explícita o quão podre a humanidade pode ser. Chega ser irracional achar aceitável que pessoas queiram realmente participar de um jogo onde pessoas morrem apenas para ganhar uma bolada ao fim. No entanto, o enredo te convence que o desespero de alguns é tão sufocante que não há outra alternativa. Pior, o enredo te convence que os jogos entregam realmente um entretenimento. É inevitável torcer, vibrar e prender a respiração enquanto os jogos estão sendo passados em tela. E também é inevitável não se emocionar.

No entanto, vale ressaltar que, tantas coisas acontecem na série que ela perde o timing por diversas vezes. É necessário dar um espaço e tempo ao espectador para processar o momento e ele se tornar mais impactante, todavia, a produção pecou em algumas vezes onde fazia a despedida de alguns personagens importantes se tornar irrelevante. 

Durante todos os 9 episódios “Round 6″ surpreendeu com a trama envolvendo os personagens e também tudo que envolvia os jogos, até as soluções e teorias, porém, infelizmente, não foi feliz ao fim. Toda descoberta que envolveu quem estava por trás do jogo foi previsível (eu mesma descobri no episódio 6), e a motivação foi tão superficial que quebra toda expectativa que o jogo criou. A cena ao fim serviu mais para algo mais filosófico, como não perder a fé na humanidade e que há sim esperança em pessoas boas.

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Como um todo, a série mostrou ser uma produção fantástica, sem economizar nos efeitos práticos das mortes e também na construção de seus diversos cenários, “Round 6″ conseguiu entreter o público e transformar uma história difícil de digerir em algo que faz o público refletir sem ficar traumatizado ao fim (talvez um pouco).

Nota: 4,2/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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