CRÍTICA | Apesar de episódio simples, primeira temporada de Loki termina fiel a sua própria jornada

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Embora a conclusão da primeira temporada de Loki, exibida na última quarta-feira (14) na plataforma de streaming Disney+, não tenha agradado todos que acompanharam a jornada do ex-vilão ao longo dos seis capítulos de sua história, é inegável dizer que a série não tenha sido fiel a sua própria jornada e guardado as expectativas dos telespectadores para a sua segunda temporada, já renovada no final do episódio. Literalmente como um presente para aqueles que acompanharam até o final. 

O problema disso é que, enquanto a série projeta os acontecimentos todos para uma segunda temporada, ela esquece de concluir a primeira e acaba sendo difícil não sentir um gosto amargo no final do episódio. Que, embora seja empolgante e traga novos rumos, parece mais  uma cena pós crédito de um penúltimo episódio que de fato um encerramento de temporada. Esse é o maior de todos os defeitos que Loki pode ter, mas não posso colocar toda a culpa na série, se olharmos bem ela de fato nunca prometeu um grande espetáculo.

Após passarem a temporada tentando se entender, se aliar e encontrar o ponto “Loki” em comum, somos apresentados a um Loki (Tom Hiddleston) e uma Sylvie (Sophia Di Martino) totalmente entregue a versões opostas, condizentes com seus respectivos dilemas morais quando eles encontram o ‘homem por trás das cortinas’ da AVT.

A partir desse momento e da explicação por trás da Autoridade, um escolhe o lado individual em busca de sua vingança pessoal enquanto o outro entende a situação como uma questão coletiva. É nesse momento que toda a questão afetiva que vinha sendo desenvolvida parece perder a relevância, afinal ambos são iguais a sua maneira e a discordância é contrária a necessidade egoíca de atenção que ambos possuem. 

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A construção gradual de Loki e a tentativa de desconstrução de Sylvie encontram nesse momento um ponto em comum, enquanto ele entende que aquela revelação é muito maior do que sua causa pessoal, ela enxerga de maneira oposta. Nada nunca esteve acima de sua vingança e aqui Sylvie prova que a construção de seu personagem foi potente e certeira. Di Martino brilha com a convicção de que não poderia ser mais fiel a uma personagem tão cheia de certezas, até na hora de mostrar sua falta de dúvidas, pois é nesse momento que todas as convicções de sua personagem vem a tona.

Nesse episódio fica claro que, mesmo que de fato exista um afeto entre os personagens principais, nada supera seu desejo de vingança. Seja por coincidência ou não, esse era o Loki que foi detido pela AVT nos primeiros segundos de “Um glorioso propósito” e talvez o que falte a Sylvie seja um motivo nobre o suficiente para alcançar a sua redenção, como aconteceu com Loki em frente ao Thanos.

Isto é, se é que a Sylvie realmente precisa de uma redenção. 

O brilho do episódio se dá muito pelo carisma e interpretação de Jonathan Majors, aqui esperamos de verdade que ele se torne uma presença fixa ao longo da série porque, em poucos minutos, Majors conseguiu ser um dos maiores destaques de toda a temporada. Sua atuação consegue trazer a tona aquele carisma e paciência clássicos de quem sabe demais sobre tudo, ao mesmo tempo que, no momento de ruptura causado por Sylvie, ele equilibrou sua tranquilidade com a grande surpresa que talvez nem mesmo ele tivesse previsto.

A conclusão de “Por todo o tempo. Sempre.” é muito fiel ao que a série se propôs desde o primeiro episódio, quando em “Um propósito glorioso” entendemos que apesar de dar o nome para a série, Loki não seria o único protagonista dessa história. 

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A decepção do episódio é apenas a sensação de que foi pequeno em comparação as expectativas que a série causou, por isso o gosto de penúltimo episódio. Quando parece que algo épico está para acontecer a temporada encerra e não sabemos ao certo qual futuro ela pode seguir.

Ficamos com a promessa de que os efeitos causados na série são muito mais poderosos para o futuro do Universo Cinematográfico da Marvel que qualquer outro acontecimento das séries dessa fase 4. 

A alegria que fica é que, nos créditos finais do episódio recebemos a confirmação que a série foi renovada para a segunda temporada e a partir de agora tentaremos alimentar todas as teorias que possam caber nas discussões.

Loki tem seis episódios e todos estão disponíveis na plataforma de streaming Disney+.

Nota: 4,3/5

Autor do Post:

Yara Lima

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Uma das fundadoras da Tribernna, estudante de comunicação social, nordestina e periférica. Divide o tempo entre ler, dormir e escrever por ai!

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