CRÍTICA | “Portais Mortíferos” intriga mas não se sustenta até o fim

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Lançado no Brasil no mês passado pelo Telecine, “Portais Mortíferos” traz em um suspense investigativo Jeffrey Dean Morgan como um protagonista com sede de justiça em uma trama que se perde no meio do caminho.

O gênero de investigação criminal está há tempos saturado, tanto no cinema quanto na TV. Após vermos tantas produções de sucesso abordando o mesmo assunto é difícil se destacar e inovar o gênero. Infelizmente, “Portais Mortíferos” prova isso. 

O filme aborda a história de Jacob Kanon (Jeffrey Dean Morgan), um policial de Nova York que está determinado a encontrar o culpado pelo assassinato de sua filha. No decorrer da investigação ele percebe que diversas mortes semelhantes estão acontecendo por toda a Europa, sempre acompanhadas de um cartão postal.

Durante a trama a arte e metáforas são combinadas com as mortes sanguinárias (e chocantes), e apesar de este ser um grande pilar do filme não é o maior destaque dele. 

O filme consegue surpreender ao trazer alguns preconceitos sociais e alimenta uma narrativa que conduz o espectador a pensar no caminho mais óbvio, até que a revelação é realmente surpreendente. No entanto, isso acontece na metade do filme e tudo que sucede a este acontecimento não é tão bom quanto isso. Assim a trama se esfria, se perde e se agarra a migalhas em forma de revelações que não são tão surpreendentes e intrigantes quanto a descoberta da identidade dos assassinos.

Apesar da revelação por si só ser um plot twist dos bons, a construção dos seriais killers não é tão bom quanto. Não houve uma ligação com a trama em si, por muitas vezes pareciam viver em órbita da história principal. A ideia de serem inteligentes e sádicos, não foi construída da forma correta. Bem como as mortes terríveis das vítimas, que passaram batido por muitas vezes e não causando o impacto necessário para a história.

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O desempenho de Morgan é excepcional, dentro dos limites do seu personagem. O ator traz uma carga dramática acima da média e consegue criar um personagem que não é só alguém sedento por vingança/justiça como já assistimos em diversos filmes similares, mas um pai amoroso que perdeu o que tinha de mais valioso. 

Acompanhando Morgan, está a sua ex esposa no filme, interpretada por Famke Janssen. Ainda que seu tempo de tela tenha sido menor do que o protagonista, os seus momentos foram cruciais para trama e condizentes para o progresso dela. É uma pena que o potencial da atriz tenha sido desperdiçado em um personagem que serviu de muleta para o protagonista.

“Portais Mortíferos” é um filme relativamente bom se você não pensar muito a respeito. Ainda que tente ser único e se destacar com algumas surpresas, ele se prende a artifícios já conhecidos e não consegue manter o espectador instigado até o momento final, como os filmes de seu gênero requerem.

Nota: 3,2/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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