CRÍTICA | “Invocação do Mal 3” renova a narrativa da franquia colocando o casal Warren como os verdadeiros protagonistas

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O novo lançamento do Invocaverso estreou nesta quinta (03) nos cinemas brasileiros e na HBO MAX, que estará disponível por aqui só no fim do mês.

Contando com o retorno de Patrick Wilson e Vera Farmiga como Ed e Lorraine Warren, respectivamente, o filme narra os acontecimentos que rondaram o primeiro julgamento nos Estados Unidos que teve como a defesa do réu a alegação de uma possessão demoníaca.

“Invocação do Mal 3” se distancia de qualquer comparação com “O Exorcismo de Emily Rose“, o julgamento em si não é o fato mais importante, inclusive ele encerra o filme. A narrativa do longa busca descobrir mais da história deste demônio e o que o motivou para possuir duas pessoas distintas.

Apesar disso, vale mencionar que o filme tem pequena referência ao filme “O Exorcista”, proporcionando os fãs do gênero um grande sorriso no rosto.

Este é o primeiro filme que o casal Warren são realmente os protagonistas e não os seus casos. Ao contrário dos dois primeiros filmes, que tiveram toda atenção voltada aos problemas das famílias amaldiçoadas com algum fardo demoníaco, neste longa a narrativa envolve a história do casal e sua sintonia, quase como se fosse uma história de amor.

Essa escolha, de transformar a narrativa de Invocação do Mal em algo mais pessoal e íntimo, mostrando o laço do casal, inclusive como começou, traz uma renovação a franquia que começou lá em 2013. Há diversos momentos que a cumplicidade dos dois é testada e isso faz com que o público crie um vínculo maior ainda com a história, deixando além do clima tenso pelo suspense, a intensidade do medo de perder alguém que ama.

O filme se distancia um pouco do método conhecido como um quase documentário ou de “casos que temos que resolver” e se torna um filme mais pessoal com um inimigo tangível. 

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Além disso, há de ressaltar a melhora notável nos efeitos práticos e na direção de Michael Chaves. A cena inicial é quase uma prévia do nível da história que irá se desenrolar a seguir. O exorcismo de David, a primeira vítima do demônio, é de tirar o fôlego. O diretor já havia mencionado que quase não haveria nenhum efeito especial (somente no rosto, por causa da dublê), tendo em vista que haviam contratado a contorcionista Emerald Wulf para desempenhar o papel do menino somente em uma cena específica. 

Esta cena em questão pode ser considerada uma das melhores cenas de exorcismo já feita no cinema. A trilha sonora, a direção, o desempenho de Wulf e a atuação dos demais forneceram uma experiência aterrorizante e extremamente bem feita. Apesar de rápida, sabendo que é apenas a introdução do filme, ela foi suficientemente impactante para se tornar memorável.

O filme não deixa a desejar nas demais cenas assustadoras, há diversos momentos dignos de jump scares, mas o seu forte é o suspense e a áurea aterrorizante que o filme mantém em quase 2 horas de história.  Especialmente no fim, quando decide tomar a decisão de manter mais o suspense do que aquele terror já explorado em seus filmes anteriores. Conseguiu com maestria não se tornar chato, nem ao menos previsível.

A mudança de perspectiva da trama, o que a diferencia das demais, é algo que poderá ser visto pelo público com bons ou maus olhos, isso é bastante subjetivo e vai com o que você gosta em filmes de terror. Apesar ter sido considerado que os seus antecessores são melhores, é injusto dizer que ele é uma decepção. O filme manteve a sua qualidade narrativa, teve sua qualidade técnica aprimorada, trouxe um novo rumo e um horizonte cheio de possibilidades para os fãs das histórias dos Warren.

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Por fim, concluo que “Invocação do Mal 3 – Ordem do Demônio” foi uma ótima surpresa, visto que se distanciou das expectativas que eu tinha sobre ele (em relação ao caso judicial) e me surpreendeu ao inovar com uma narrativa aterrorizante e com uma pitada de romance dos Warren. 

Uma dica: veja o filme até o fim, você não vai se arrepender de assistir aos créditos (é possível ouvir a verdadeira fita do exorcismo de David Glatzel).

Nota: 5/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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