Uma garota do interior de Massachusetts ganha poderes milagrosos, que segundo ela, vêm direto da virgem Maria. Alice (Cricket Brown) é uma jovem de 18 anos surda e muda, ela mora com o seu tio, Padre Hagan (William Sadler), desde que seus pais faleceram quando ela era apenas uma criança.
Dirigido por Evan Spiliotopoulos e com roteiro baseado no livro do autor James Herbert, Rogai Por Nós teve sua estreia brasileira no dia 20 de maio e o trailer, como boa parte dos filmes de terror, teve um compilado das melhores cenas e prometeu uma história horripilante, o que não conseguiu cumprir.
“Cuidado com os falsos profetas em pele de cordeiro, mas que, por dentro, são lobos vorazes” Mateus 7:15
O filme estrelado por Jeffrey Dean Morgan, interpretando o jornalista Gerry Fenn, tem uma premissa bastante interessante que envolve fanáticos religiosos e até que ponto o mal pode disfarçar e alterar a opinião das pessoas em nome da “fé”, se a trama tivesse permanecido assim e a duração fosse um pouco menor, talvez tivesse funcionado.
Vamos as problemáticas, em primeiro lugar o furo do roteiro: Gerry é inserido na história com um passado cheio de mentiras que o levaram ao fim da sua carreira, no decorrer do filme recebemos apenas migalhas do que poderia ter acontecido com sua vida e a conclusão não dá um sentimento de “encerramento” para o personagem.
Em segundo o lugar: a equipe “anti milagres” da igreja católica acredita rapidamente que Alice é a enviada dos céus para melhorar o futuro da humanidade, é possível perceber o leve teor de ambição, de alguns envolvidos, no quesito fama e melhoria da economia da cidade, mas é tão mal abordado que chega a ser descartável.
Em terceiro lugar os efeitos especiais: em alguns momentos chega até ser engraçado o tanto que eles forçam em uma cena que, aparentemente, não tem nada e que 5 segundos depois deveria dar um susto, mas a previsibilidade é tamanha que acaba falhando na missão.
E para finalizar, a fotografia: o filme inteiro tem uma película mais escura que tem todo o potencial de intercalar os fatos do passado com o presente e fazer com que a história fique mais interessante, mas decepciona mais uma vez, o sofrimento do mal encarnado, em 1845, é apenas documentado no início para informar ao telespectador que aqueles eventos aconteceram há muito tempo e que não existe pretensão de um possível flashback, a cena barulhenta demais tem que servir para um conceito que será resumido já no final.
Assim como os acontecimentos milagrosos e sem muitas explicações, o filme segue a receita de terror onde apenas uma pessoa desconfia, outra vê mas não acredita e todo o resto acha que é uma loucura pensar o contrário, até porque é muito mais fácil acreditar em uma garota que faz um cadeirante andar do que uma pessoa tentar abrir os olhos para o mal exposto ali para todos verem.
Os momentos de jump scare são bem semelhantes ao filme A Mulher de Preto de 2012, alto demais, previsíveis e desnecessários, os efeitos especiais são bem fracos e o grande monstro do terror, em alguns momentos, parece um dementador que gosta de gritar ou então uma criatura imaginada que não passa seriedade.
Apesar de todas as suas falhas, as atuações conseguem segurar o telespectador até o final. A novata Cricket Brown, de 24 anos, passou a essência perfeita da jovem religiosa inocente, mesmo faltando algumas cenas que forçariam uma personalidade possuída, ela deixa claro que o vilão não é Alice e sim a entidade.
Rogai por nós é mais um filme de terror que é melhor aproveitado através do trailer do que investir 1h40 minutos do seu tempo em uma história que tem enredo para ser boa mas não foi bem aproveitada.
Confira o trailer a seguir
Nota: 2,9/5
Autor do Post:
Barbara Sales
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A dorameira que, de vez em quando, se perde na lista de dramas, mas que sempre está adicionando coisas novas. Aprendiz da Corvinal, gosto de ler uns livros aqui e acolá e, raramente, escrevo sobre. Amante de fantasias e romance (não necessariamente na mesma ordem).