CRÍTICA | “Falcão e o Soldado Invernal” é uma das melhores produções da Marvel

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Em apenas 06 episódios “Falcão e o Soldado Invernal” conseguiu se tornar memorável entre as produções de super-heróis. 

A produção que teve o intuito de mostrar como o mundo estava vivendo após o estalar do Thanos e a morte de dois grandes heróis, foi sucinta ao focar em dois personagens que estavam acostumados a se tornar coadjuvantes em suas histórias e finalmente dar o holofote necessário. 

Finalmente foi capaz da audiência criar um vinculo maior com Sam Wilson (Anthony Mackie). Se antes havia alguma parcela de fãs que não gostavam da ideia dele ser o sucessor do manto do Capitão, a partir dessa série não sobrará mais ninguém para duvidar do seu potencial. Mackie exala carisma e extroversão, é extremamente perfeito para o papel e carrega consigo algo que seu antecessor não tinha: representatividade.

Seu papel na série vai de pontuar pautas importantíssimas a desmistificar algumas outras.  Mackie vem com Sam para humanizar o escudo, visto que ele é o único dos Capitães que não tem em suas veias o soro super soldado. Sam é inteiramente humano, e não só de coração como seu antecessor era. Talvez essa seja a maior beleza de Sam, a sua humanidade. 

Bucky Barnes (Sebastian Stan), o Soldado Invernal, não fica pra trás. Sua história, que foi deixada um pouco de lado nos filmes, finalmente tomou um rumo. Nesta série podemos ver o ex-soldado da Hydra, retomando o controle de sua vida, penosamente. Há de se afirmar que grande parte do drama da série se dá graças a história de Bucky, seu arrependimento, sua dor e seu conflito interno. E enfim, vemos se tornar a pessoa que ele um dia foi, talvez se encontrar tenha sido sua missão mais difícil em 106 anos de vida.

Apesar de termos o arco da história que serviu para a internet ficar revoltada com o Capitão América substituto, John Walker (Wyatt Russell), esse não foi a melhor história secundária. Não quando temos Isaiah Bradley (Carl Lumbly), o primeiro Capitão América negro.

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Não me levem a mal, John Walker foi um personagem essencial para história e foi capaz de ditar um rumo mais interessante a trama, provocando os protagonistas e até mesmo os unindo. Porém, você tem que concordar comigo que a história de Isaiah é algo extremamente importante e relevante para não ganhar seu devido destaque.

Pela primeira vez vemos no MCU a história dolorosa e difícil do primeiro sucessor de Steve Rogers. Após ser submetido a uma série de testes, sofrer tortura pro 30 anos e ser apagado da história após os seus feitos, Isaiah se tornou um sobrevivente vivendo às escuras, fadado ao esquecimento. É impossível você não se emocionar em TODAS, repito, TODAS as cenas que Lumbly protagoniza. Seus olhos falam mais do que suas palavras, é intenso, dramático e extremamente doloroso.

As aparições extras na série não causaram o mesmo impacto que ele, porém foram agradáveis. Senti que a aparição de Zemo (Daniel Brühl) foi mais um fanservice do que tudo, o propósito do seu personagem não foi algo insubstituível, apesar de ter feitos significativos na série. Bem como as Dora Milaje, por mais incrível que sejam, serviram apenas como um fanservice (e dos bons). Agora, não posso dizer o mesmo da nossa Sharon Carter (Emily VanCamp). Me restringirei a falar que sua personagem foi instigante e surpreendente, o que me deixou ansiosa para o seu futuro na Marvel.

A série ao fim extrai a polpa do melhor suco dos super-heróis. O último episódio é regado de atos heroicos, lutas bem ensaiadas e cenas que tiram o fôlego dos fãs. No entanto, felizmente, não se resume a isso. Sam utiliza sua voz para fazer um ato político (não se engane se você acha que não é). No episódio final o herói é capaz de usar sua voz para fazer a diferença (no melhor clichê possível) e pontuar os problemas dentro da política do seu país. Em como não há de fato o questionamento do porquê estar acontecendo aquilo e sim uma vontade de extermínio perante ao desconhecido, promovendo mais desigualdade do que a igualdade que tanto discursam. E caro leitor, o discurso vai além da trama da série, o discurso do, enfim, Capitão América nos toca como seres reais vivendo em um mundo real sem super heróis. 

“Falcão e o Soldado Invernal” é uma minissérie capaz de entusiasmar o fã de heróis e história em quadrinho, surpreender o novato e cativar sua audiência. A série se destaca por dar voz, uma voz significativa, aqueles que foram deixado um pouco de lado no MCU e dar o pontapé para o começo de uma nova (e promissora) jornada.

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A série está disponível no Disney+.

Nota: 5/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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