Não minto e nem exagero ao falar que um dos principais motivos para assistir “Amor e Monstros” foi Dylan O’Brien. Gosto do ator desde Teen Wolf. Depois vi diferentes filmes com o ele, desde comédia românticas até ação, além de, é claro, a franquia Maze Runner – a qual eu nunca encerrei, diga-se de passagem.
Porém, “Amor e Monstros” tinha mais um toque especial para facilmente me convencer a assisti-lo: apocalipse. O filme se passa sete anos após monstros dizimarem a enorme maioria da raça humana. E, como algumas pessoas que me conhecem sabem, eu amo filmes de fim do mundo.
Como se não bastasse tudo isso, a sinopse da obra ainda mostrou uma pegada romântica, visto que o protagonista não via o seu interesse amoroso há sete, quando o apocalipse começou e eles foram separados – até porque eram adolescentes e foram com as suas respectivas famílias.
Aí pronto. Juntou Dylan, apocalipse e romance no mesmo filme. Mas paramos por aí? Não, senhor. Enquanto “Amor e Monstros” conta com momentos bem tensos em relação à parte do “monstros”, o filme também tem momentos que apelam bastante para a parte emocional, fazendo jus ao “amor”.
Justamente esse é o ponto forte do filme: a facilidade de mudança no tom da obra. Se em um momento estamos pensando no amor, no romance, na cena seguinte estamos presos na aventura de percorrer mais de 100 quilômetros em uma terra repleta de criaturas que querem comer o seu cérebro – e o seu corpo inteiro também.
Se estamos tensos porque algum monstro apareceu e nosso querido protagonista aparenta estar em perigo, também estamos nos divertindo pelo carisma de Dylan e toda a sua narração da aventura no estilo off. Resumindo essas transições: do mesmo jeito que eu ri em um momento e fiquei tenso em outro, eu chorei em outra cena (conversa do protagonista com um robô) e fiz “ooooown” em outra parte da história.
Acham que isso é tudo? Mas é claro que não. Além do carisma de Dylan e da boa transição dos gêneros, o filme também conta com uma parte técnica supimpa. Se a trilha sonora compõe bem todas essas transições, os efeitos visuais também não deixam nada a desejar. Inclusive, eu tinha medo dos monstros ficarem meio trash, como geralmente ocorre. No entanto, isso passa longe de acontecer, com tudo passando uma grande veracidade – na medida do possível, obviamente. Tanto que a produção foi indicada ao Oscar na categoria Melhores Efeitos Visuais.
Há também possíveis referências ao jogo The Last of Us. Intencionalmente? Provavelmente. O nome do protagonista é Joel. Ele tem um cachorro – a partir de determinado momento. Depois encontra uma menina sobrevivente com um velho. É impossível não fazer a ligação. Ademais, parece que os dias de Maze Runner também fizeram em ao Dylan, pois o ator precisou correr, de novo.
Eu quero MUITO falar do final, que, inclusive, abre brecha para um segundo filme. Portanto, para protegê-los dos spoilers, apenas o farei abaixo da nota da obra. Ou seja, quer saber minha opinião sobre os acontecimentos finais de “Amor e Monstro”? Siga lendo a crítica até depois da nota.
Sinopse:
Sete anos depois do apocalipse dos monstros, a humanidade se vê obrigada a viver em colônias subterrâneas. Quando Joel Dawson (Dylan O’Brien) consegue se reconectar via rádio com sua namorada da época de escola, a paixão ressurge. Mesmo com Aimee vivendo a quase 130 km de distância, Joel percebe que não há nada que o prenda ao subterrâneo e resolve partir para encontrar seu verdadeiro amor, apesar de todos os perigos no caminho.
Trailer:
Nota: 4,2/5
SPOILER ALERT
Sobre o final, mais uma vez vemos que os verdadeiros monstros somos nós, os humanos. Assim como a verdadeira esperança da humanidade também somos nós, os humanos. Somos o nosso constante equilíbrio, pendemos para o bem e para o mal. Somos egoístas e altruístas. Somos corajosos e medrosos. Mas somos nós, os humanos, que podemos fazer a diferença no mundo, positiva ou negativamente. Quem você quer ser? Não necessariamente precisa continuar sendo o que foi ou o que está sendo atualmente.
Ok, filosofei além do necessário. Mas a cena final, principalmente o confronto com o caranguejo gigante, é bem legal. Em particular a lembrança dos ensinamentos que Joel teve ao longo da sua jornada em busca do seu amor.
E, sobre o amor, aproveitando a filosofia barata de Henrique Schmidt, também há coisas bem legais, tanto em relação ao amor romântico, o qual ele atravessa um longo caminho até chegar nele, quanto em relação ao amor fraternal, que normalmente nos cerca, mas, infelizmente, nem sempre o notamos por fazer tão parte do nosso dia a dia.