CRÍTICA | “Raya e o Último Dragão” é o filme que precisávamos nos dias de hoje

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O novo lançamento da Disney veio mais uma vez pra emocionar o público, não importa a idade que você tenha. “Raya e o Último Dragão” é doce, encantador com uma pitada de esperança. 

O filme conta com a direção de Carlos López Estrada e Don Hall, além do roteiro de Adele Lim e Qui Nguyen, que têm ascendência asiáticas e contribuíram para uma obra que não satirizou a cultura que foi inspirada. Vale mencionar que o elenco de dublagem também consiste em diversos grandes atores asiáticos como Sandra Oh, Daniel Dae Kim, Benedict Wong, Ross Butler,  Lucille Soong e a dubladora da protagonista Kelly Marie Tran (estrela da última trilogia de Star Wars).

A história se passa no reino de Kumandra que foi separado em diversas pequenas tribos após uma guerra sem fim movida por ganância. Raya é a princesa (guerreira!!) e protetora da joia que contém a última magia dos dragões que entraram em extinção após um duelo que quase exterminou todo o reino. A trama se desdobra quando um conflito faz com que a joia saia de seu local habitual. Diante deste desafio, Raya é a pessoa ideal para seguir em uma aventura cuja missão é salvar e unir todo reino novamente.

Primeiramente há de se mencionar uma das coisas mais importantes do filme: a representatividade. Kumandra, o reino fictício do filme, é inspirado no sudeste asiático (Filipinas, Malásia, Tailândia…) logo isso faz da princesa Raya a primeira princesa da Disney do sudeste asiático. Um acontecimento muito importante que infelizmente tardou a acontecer.

Sabendo disso, confesso que antes de assistir fiquei insegura quanto a representação dos povos e culturas. No entanto, ao fim do filme o único gosto que ele deixa é de extrema satisfação. Não há estereótipos e artes ‘cartunescas‘.  Cada povo carrega consigo uma característica, individualidade e cultura, o que faz do filme rico em história e possibilidades para explorar cada vez mais.

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“Raya e o Último Dragão” consiste em sua grande maioria em uma história repleta de aventura e ação, com duelo de espadas e ameaças sinistras que transformam as pessoas em estátuas de pedra. No entanto, a maior joia do filme (não é a dos dragões) é a pureza que a mensagem traz consigo. A Disney consegue resgatar aos moldes dos dias atuais uma mensagem de amor, união e confiança que consiga atingir dos mais jovens aos mais velhos.

Em uma história onde a ganância, o preconceito e a desconfiança pairam e separam os povos é quase como se fosse um espelho da nossa realidade. Separados por algo que deveria nos unir e cavando a nossa própria ruína, quando de fato deveríamos nos unir em prol do coletivo. Parece clichê, e realmente é, mas como sempre a Disney faz isso funcionar de um jeito que ao fim você vai estar inundado em lágrimas.

Ainda assim, não posso fingir que não vi empresa do Mickey reutilizar ferramentas que já funcionaram em filmes anteriores. Em “Raya e o Último Dragão” há elementos já vistos em “Enrolados” ou “Frozen“, um bichinho de estimação fofo demais que ajuda a protagonista sempre que ela precisa e um personagem irreal e mágico que detém de um carisma fantástico e arranca gargalhadas do público, capaz de até mesmo algumas vezes roubar a estrela da protagonista. Não, eu não falei do Pascal nem do Olaf, eu falei do Tuk Tuk e da Sisu. A fórmula funciona e a Disney usou e abusou dela, não é algo negativo porque os personagens realmente são fantásticos, mas é algo previsível e nada inovador (inclusive tem uma versão dos Pinguins de Madagascar nesse filme, que é tão bizarro que acaba ficando engraçadinho).

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Não poderia terminar esse texto sem enaltecer a qualidade visual desta animação. O filme sem dúvidas é um dos mais bonitos que a Disney  já fez. A textura, as cores, a evolução dos traços dos personagens e as paisagens naturais bem como a magia sendo utilizada, são de fazer qualquer marmanjo sentir que é uma criança novamente com os olhos brilhando. É hipnotizante e você fica encantado com tamanha imersão a um mundo fictício. Você pode estranhar o design dos dragões no começo, mas ele encaixa perfeitamente com a história proposta, não caberia um filho de Daenerys no filme de Raya.

“Raya e o Último Dragão”  tem um ritmo bom, não é apressado nem enrola demais. Consegue explorar o mundo criado exclusivamente para a princesa asiática e traz a melhor mensagem (e emoções) a uma época tão conturbadora e assustadora. A esperança, o acalento e o carinho são transmitidos diretamente para o espectador que termina o filme se sentindo mais leve (e querendo mais). É uma doce e ingênua aventura capaz de fazer nos sentir crianças novamente e acreditar que o bem realmente pode prevalecer se nos unirmos.

O filme está em exibição nos cinemas e no Disney+, caso você adquirir o premier acess por R$ 69,99 (sem custo adicional a partir do dia 23 de abril).

Nota: 4/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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