Depois de 3 anos, a trilogia Para Todos Os Garotos da Neflix chegou ao seu final com o último e mais romântico filme sobre a história de amor de entre Lara Jean Covey e Peter Kavinsky. O filme é baseado no romance de Jenny Han e dirigido por Michael Fimognari.
O segundo filme foi bem frustrante para os fãs, pra não dizer ruim, pela forma como o conflito emocional de Lara Jean (Lana Condor) em decidir se ficariam com o namorado Peter (Noah Centineo) ou com John Ambrose (Jordan Fisher), o que deixou de lado o desenvolvimento dos personagens secundários. Confesso que esse, além de ser o mais fraco da trilogia, é o que eu acho o pior de todos.
Já agora, nesse último filme, vemos tudo o que era aguardado: várias referências cinematográficas e o desenvolvimento dos personagens secundários bem feito, com o tempo suficiente nessas quase 2 horas de filme.
O enredo é bem simples na verdade: basicamente é sobre como o relacionamento dos dois vai continuar quando eles foram para a universidade, esperando irem juntos para a Universidade Stanford. Lara Jean infelizmente não é aceita em Stanford e a partir daí temos o plot problema: como o relacionamento dos dois vai continuar se eles não vão mais se ver todos os dias como acontecia na escola?
A partir daqui teremos spoilers do enredo.
O filme começa em Seul, na Coreia do Sul, com a família Covey passando férias. Nessa viagem, o pai Dr. Covey (John Corbett), a futura madrasta Trina (Sarayu Rao), as irmãs Kitty (Anna Cathcart) e Margot (Janel Parrish) e a própria Lara Jean exploram um pouco da cultura local e da história de amor entre o Dr. Covey e sua falecida esposa e mãe das meninas. É bonitinho como as meninas tentam por tudo não fazer com que a futura madrasta se sinta excluída.
Família Covey na Coréia do Sul.
Voltando aos EUA, Lara Jean recebe a notícia de que não entrou para Stanford e aguarda ser aprovada em alguma das outras universidades em que se inscreveu. Só que ao invés de contar para o Peter quando ele pergunta se ela passou, ela mente por medo do que poderia acontecer se eles não fossem juntos. O triste é que o Peter faz todo um evento para eles comemorarem a aprovação dela em Stanford.
Por ter medo de não ser aceita em nenhuma das universidades para as quais de inscreveu, Lara Jean então confia suas senhas para sua irmã caçula Kitty e juntas da madrasta, descobrem que ela foi aprovada em uma universidade que fica relativamente perto de Stanford. Isso a deixa mais tranquila, já que seria apenas 1h de carro de distância e ela e Peter poderiam se encontrar todo fim de semana, o que já era alguma coisa.
Já decidida que iria estudar perto de Peter, Lara e toda a turma do último ano do ensino médio embarcam para uma viagem à Nova York, e no meio dessa viagem incrível, ela acaba conhecendo o campus da Universidade de Nova York e se apaixonando, tanto pela cidade quanto pela universidade. Lá ela e sua melhor amiga Christine (Madeleine Arthur) encontram sua ex rival e colega Gen (Emilija Baranac). Elas vivem juntas uma aventura fofa entre mulheres e vemos como todas elas cresceram como pessoas desde o início da saga.
Lara Jean, Christine e Gen em sua breve aventura com as veteranas da Universidade de Nova York.
Sabendo que Lara Jean amou conhecer Nova York e a universidade de lá, Kitty conta que ela foi aprovada para estudar na Universidade de Nova York e a partir daí entramos no maior conflito da protagonista: seguir seu coração e ir para universidade mais próxima do seu amor ou optar pela universidade dos sonhos só que há quase 5 mil quilômetros de distância? Claro que como adolescente, isso tornaria o drama ainda maior.
Quando Lara Jean conta Peter que mentiu sobre Stanford, ele não deixa transparecer se ficou triste ou não com a mentira, pois ele tinha mais um conflito para resolver: seu pai, que abandonou sua família para formar outra, está de volta e quer tentar uma aproximação com ele, mas a mágoa de Peter impede isso e com razão. Chega a ser satisfatório ver que o arco de Peter não se limita apenas a girar em órbita da indecisão de Lara Jean.
As atuações são muito boas, especialmente a de Noah Centineo, que faz você sentir o quanto ele amadureceu e como o conflito com o pai e a situação com a Lara Jean mexem com ele. Dá gosto de ver como ele e a Lana Condor têm uma química incrível em cena.
Lara Jean e Peter.
Agora falando sobre escolha pessoal, no lugar da Lara Jean eu também escolheria a carreira. É bem como Lady Gaga disse uma vez: “Algumas mulheres escolhem seguir os homens, e outras escolhem seguir seus sonhos. Se você está se perguntando em qual direção seguir, lembre-se de que sua carreira jamais acordará de manhã e dirá que não te ama mais.”.
Para Todos Os Garotos: Agora e Para Sempre, como o próprio título diz, é um filme de romance em que os protagonistas ficam juntos no final. Eles resolvem seus problemas e juram lutar um pelo outro, mesmo com a distância que os separará por algum tempo. É gostoso de ver, com um ritmo em que todas as coisas se encaixam direitinho e esse foi o maior acerto do roteiro de Katie Lovejoy.
Sim, às vezes fica chato o excesso de drama da Lara Jean e as besteiras que ela faz ao mentir pro Peter e transformar tudo em um grande evento, como também tem um momento em que o Peter também age como um babaca, mas eles são adolescentes. Todos já fomos adolescentes e sabemos que é tudo o fim do mundo o tempo inteiro, depois passa.
Por fim, esse é um filme sobre amadurecer e sobre como as nossas escolhas aos 17 anos são difíceis. Você tem que escolher qual universidade cursar, o que quer estudar, se aquele é o amor da sua vida e se vai ficar com ele pra sempre… São muitas escolhas e decisões que, ao meu ver, não deveríamos tomar aos 17 anos. O filme mostra muito bem o quão difícil isso é e como esses conflitos mexem com a gente.
NOTA: 4,7