“O Livro dos Cinco Anéis” ou “O Livro dos Cinco Elementos”, de Miyamoto Musashi, distribuído no Brasil pela editora Hunter Books, é o típico livro que empreendedor adora ter em sua prateleira. Completamente no estilo “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu. Isso não significa que o livro seja ruim, mas não é meu estilo de leitura e o público deste tipo de obra costuma me irritar.
Primeiramente, explicando os dois nomes do livro. É possível encontrar a mesma obra com os dois títulos. Até mesmo na versão que eu tenho. Na capa está um nome e dentro está outro. Para não restar dúvidas, o nome original é “Gorin no Sho”.
Agora, o porquê de ser “o típico livro de empreendedor”, como eu disse acima – e posso incluir, até mesmo, coachs nisso daqui. Pois, assim como “A Arte da Guerra”, “Gorin no Sho” aborda táticas militares/de batalha/etc. E, se tem uma coisa que o empreendedor adora fazer, é ressignificar, aplicar suas estratégias baseadas em metáforas. E ambos os livros permitem fazer isso facilmente.
Mais uma vez: não é um livro ruim. Inclusive, eu mesmo marquei certas partes dele que julguei interessante. Porém, e até sendo parcial mesmo, o público que tem esse tipo de obra como uma bíblia me irrita de tal maneira, que eu já começo a leitura com olhar cético. Insisto em ler o livro, até por questões de conhecimento, mas dificilmente gosto. Aconteceu isso com “A Arte da Guerra” e aconteceu com “Gorin no Sho”.
Também já tiveram outros livros, mas não em questão de metáfora, mas que costumam atingir o mesmo público, que já tentei ler e não rolou. Inclusive, larguei a leitura de “O Milagre da Manhã”, de Hal Elrod, justamente por não conseguir “comprar” a fórmula que a obra tentava vender. Pode ser por causa das minhas crenças em relação a isso, não sei, mas não aconteceu. Isso não torna o livro ruim, mas me mantém fora do público que o compra.
Porém, apenas fazendo uma comparação rápida entre “A Arte da Guerra” e “Gorin no Sho” – a principal diferença entre as obras é espiritual/estratégia. Enquanto o livro de Sun Tzu foca mais na estratégia militar propriamente dita, a obra de Miyamoto Musashi explora mais a vida, a espiritualidade e a preparação para batalhas, confrontos, etc.
Não vou me estender porque já estou achando a resenha repetitiva e parece que estou dando voltas apenas com o intuito de criticar – e esse nem é o meu objetivo, pois o livro realmente nem é ruim, apenas sou indiferente quanto a ele. Gosta de livro de estratégias militares sendo metaforicamente transformado em estratégias empreendedoras? Leia “Gorin no Sho” que é sucesso. Não gosta? Passe longe.
Abaixo, um trecho que gostei bastante. Por mais que possa parecer, juro que não é uma indireta para coachs. Eu apenas gostei mesmo:
“[…] há pessoas que vivem se proclamando mestres da arte militar, mas, na verdade, não passam de meros espadachins”.