Após algumas horas de terror, quebra-cabeças, momentos furtivos e emoções com uma história envolvente, acabei a jornada de Marianne. A seguir irei pontuar todos os pontos positivos, negativos e pensamentos que tive durante o jogo. A análise foi feita com base na versão de Xbox Series S.
O jogo conta a história de Marianne, uma médium que vive na Polônia após o fim da união soviética, e possui a habilidade de enxergar e se conectar tanto ao mundo físico quanto o espiritual. A personagem recebe uma ligação misteriosa pedindo que vá ao misterioso e fechado Resort Niwa para procurar um homem chamado Thomas. A história tem momentos envolventes, personagens marcantes, e é muito baseada no estilo do pós-horror, como A Bruxa e Hereditário, apostando muito mais em criar um clima denso e menos em sustos rápidos (embora esses ainda existam).
O jogo não possui mecânicas de ataque, mas também não possui muitos momentos de conflito. A dificuldade do jogo vem dos muitos puzzles, esses que não chegam a ser indecifráveis como de alguns outros jogos. Na minha experiência, as partes mais divertidas e desafiadoras foram momentos de “controle espiritual”, onde você consegue controlar todo o mundo ao redor. Infelizmente esses momentos são poucos. O jogo também conta com momentos furtivos, tendo que fugir do antagonista do jogo, segurando a respiração e se escondendo atrás de paredes e objetos. Esses momentos são angustiantes (um elogio para um jogo de terror), principalmente os momentos em que não se consegue saber onde está o perseguidor, tendo que prestar atenção no som e na vibração do controle.
Marianne tem várias habilidades úteis, podendo escalar e subir em pequenos objetos, utilizar um cortador para destruir correntes, sentir ecos de lembranças, remontar uma cena em uma mecânica que lembra um pouco Batman Arkham Origins. Sobre a vivência em dois mundos, existem duas formas de ver o mundo espiritual, a primeira são em momentos em que a tela se divide, mostrando Marianne no ambiente real e espiritual ao mesmo tempo, causando uma certa confusão para saber qual o lado certo de olhar, que no fim das contar é uma boa imersão já que essa é uma queixa constante da personagem, e também é possível alternar entre realidades utilizando espelhos. A mecânica que menos se encaixa no jogo (ao meu ver) é a percepção. A visão de detetive da já citada série Batman Arkham é útil em vários momentos do jogo, porém causa um certo estranhamento e facilidades demais em alguns momentos. Existem sim usos inteligentes da percepção, como documentos escondidos em uma estante que podem ser encontrados utilizando a visão. Outras utilidades dela me parecem um pouco como facilidades extras que o jogo não necessitava.
O gráfico do jogo é muito bonito, mas existem certos problemas em alguns momentos, como lugares em que o jogo parece ser mais serrilhado, mas talvez seja um problema da versão 1440p do Xbox Series S. O jogo também apresentou quedas de quadro em alguns momentos, a maior parte não incomodou, porém existiram momentos no final do jogo que me tiraram da experiência devido a sensação de jogar uma galeria de fotos em modo apresentação. Outro problema com o jogo é a demora do reload quando morria, sendo muito demorados e incompatíveis com o poder do SSD do videogame.
No geral a experiência que tive jogando The Medium foi muito boa, foi o primeiro jogo de terror que joguei e me deu inclusive vontade de jogar outros nesse estilo. Espero para ver o que a polonesa Bloober Team fará a seguir. O jogo é muito recomendado e acredito que algumas atualizações podem fazer o jogo rodar muito melhor. O saldo do jogo é muito positivo e sabendo que esse jogo é o primeiro exclusivo do ano da Microsoft e me faz ter vontade de saber qual a próxima investida da marca.
Nota: 4,3/5