Elenco e familiares dos atores do filme “Mosul”, da Netflix, relataram ameaças feitas pelo Estado Islâmico, após o sucesso da produção. As produtoras AGBO e 101 Studios, além da Netflix, acionaram os departamentos de segurança para garantir a proteção dos ameaçados. As informações são do Deadline.
“Quando postei em minhas redes sociais que ‘Mosul’ estava para ser lançado, já recebi muita coisa do Isis [Estado Islâmico] no primeiro dia. […] Eles enviavam muitos vídeos e palavrões, dizendo ‘agora nós conhecemos você e é melhor você se cuidar, todos os dias, encoste na sua cabeça para se certificar de que ela ainda está aí’”, afirmou o ator Suhail Dabbach, uma das estrelas do filme.
Outros atores, como Adam Bessa, o protagonista da produção, também relataram ameaças diretas. Segundo Bessa, seu Instagram chegou a ser deletado e recebeu mensagens pelo aplicativo WhatsApp. As mensagens estavam sendo enviadas da Turquia, segundo um rastreamento feito.
“Mosul” estreou na Netflix no fim do ano de 2020 e se tornou um sucesso de crítica. A obra retrata um grupo especial iraquiano de policiais, conhecido como SWAT, que combate o Estado Islâmico, vingando a morte de familiares e amigos. A produção, que conta com a direção de Matthew Michael Carnahan, é baseada em um artigo do escritor Luke Mogelson publicado na revista The New Yorker.
“Sabíamos que o filme era provocativo e potencialmente perigoso para todos os envolvidos. Tomamos as medidas de segurança mais altas que podíamos imaginar e estávamos familiarizados com esse processo depois de trabalhar nos filmes da Marvel. Esse era um nível totalmente novo em termos de sigilo. Não distribuímos roteiros, tínhamos um codinome para o filme e retiramos todas as referências do Isis dos roteiros quando tivemos que distribuí-los, de modo que nunca foram mencionados explicitamente como no filme. Tínhamos os melhores seguranças trabalhando conosco, mas ainda assim havia perigo, mas tínhamos que estar em um país do Oriente Médio para fazer o filme como fizemos. Fomos expostos e tínhamos que agir da forma mais responsável possível, mas todos sentiram que valia a pena correr o risco”, afirmou Anthony Russo, um dos produtores de “Mosul”, ao Deadline.
Um dos pontos fortes de “Mosul”, que o diferencia de outras produções estadunidenses que relatam a ação do Estado Islâmico é, justamente, se passar no Oriente Médio com um olhar de dentro da situação. Ao contrário de outros filmes do gênero, os cidadãos e autoridades locais estão lidando diretamente com o problema, sem a interferência de países externos. Este “olhar local” da situação, excluindo qualquer tipo de Forças Armadas dos Estados Unidos, chamou a atenção.
“Mosul” está disponível na Netflix.
Sinopse:
Quando o Estado Islâmico tomou suas casas, famílias e cidade, um grupo de homens lutou para recuperar tudo. Com base em fatos reais, esta é a história da equipe Nineveh SWAT, uma unidade policial renegada que empreendeu uma operação de guerrilha contra o ISIS em uma luta desesperada para salvar sua cidade natal, Mosul.
Trailer: