A 4ª e última parte de O Mundo Sombrio de Sabrina, série original Netflix adaptada do quadrinho homônimo de autoria do também produtor da série, Roberto Aguirre-Sacasa, estreou no último dia do ano de 2020 no catálogo do streaming.
Confira o trailer da temporada final:
Nesta quarta parte, temos uma Sabrina Spellman (Kiernan Shipka) lidando com as consequências do que houve no final da 3º parte: sua viagem no tempo e a criação de outra Sabrina, a Estrela da Manhã, para que ela pudesse enfim ser a Sabrina no mundo mortal e a Rainha do Inferno. Como já sabemos, viagens no tempo têm suas consequências e a Sabrina Spellman deveria ter se fundido com a Sabrina Estrela da manhã após derrotarem o Caliban (Sam Corlett) na disputa pelo trono do reino infernal.
A não união das duas Sabrinas causou um paradoxo temporal que liberou o caos: os Terrores do Sobrenatural, entidades existentes ainda antes da criação do universo. Essa ameaça poderia causar a extinção não só de Greendale, mas de todo o universo, sobrando apenas o que existia antes: O Vazio. E, obviamente, a ameaça é incentivada pelo vilão da história, o Padre Blackwood, agora autodenomidado Reverend Lovecraft (Richard Coyle).
Sabrina Spellman (Kiernan Shipka) e Sabrina Estrela da Manhã. Foto Reprodução:Netflix, 2020.
Durante toda a temporada, vemos uma Sabrina correndo contra o tempo para corrigir os erros que ela cometeu e tentar salvar o mundo e nessa jornada, alguns personagens secundários tiveram seu desenvolvimento, como a Roz (Jaz Sinclair), mas outros acabaram simplesmente esquecidos no churrasco, como Lúcifer (Luke Cook) e o próprio Nick (Gavin Leatherwood), que era o feiticeiro mais promissor do coven.
Quanto à correria para o encerramento, a série já estava renovada até a 5ª parte, quando a Netflix anunciou em julho de 2020 que a 4ª parte seria a última temporada da série. Esse cancelamento influenciou bastante no que seria o encerramento da série, fazendo com que o autor tivesse que correr para adicionar os acontecimentos necessários para o final que a série deveria ter. Isso incomoda um pouco e o que ficou foi a sensação de que correram tanto com o roteiro e fizeram tantos cortes para que o desfecho coubesse em 8 episódios, que esqueceram de que poderiam ter feito menos tretas para que todo mundo tivesse chance de acabar bonitinho.
Não que a temporada tenha sido ruim, mas uma temporada com apenas 8 episódios para concluir uma história com tanto a acontecer, deixou a série muito corrida e até difícil de acompanhar, sem tempo para respirar, apenas desgraça em cima de desgraça acontecendo. Talvez dois ou três episódios a mais dariam um tempo para que a trama se desenvolvesse melhor e ficasse mais amarrada.
ALERTA DE SPOILER: a partir daqui teremos spoilers do enredo.
Quando o caos toma conta de Greendale e ameaça o universo, todos os mocinhos do lado de Sabrina lutam para derrotar os Terrores do Sobrenatural, mas quando chegam ao último dos Terrores, a única saída que encontram é tentar fundir as duas Sabrinas numa tentativa de reverter o caos. Durante o ritual, Ambrose (Chance Perdomo) descobre que a fusão pode não funcionar e também pode acabar matando as duas Sabrinas na tentativa, então o ritual é interrompido e a solução encontrada é enviar uma das Sabrinas para uma realidade alternativa.
Então, num jogo de Pedra, Papel e Tesoura, a Sabrina Estrela da Manhã é a escolhida para ir para a realidade alternativa tentar vencer O Vazio. Chegando lá, vemos um verdadeiro show: o universo paralelo é um estúdio de gravação da série Sabrina, Aprendiz de Feiticeira. Todo esse episódio é uma homenagem à série do canal Showtime da década de 1990, trazendo novamente as atrizes Caroline Rhea e Beth Broderick como Hilda e Zelda Spellman, além e o icônico Salem falante. O episódio, apesar de estar acontecendo no meio da luta da Sabrina para salvar o universo, é cheio de referências à série que originou tudo, com muito humor e piadas, como era a série original.
Beth Broderick eCaroline Rhea como Zelda e Hilda Spellman. Foto Reprodução:Netflix, 2020.
Apesar dos esforços da Sabrina Estrela da Manhã, as coisas saem de controle e ela precisa voltar às pressas para o mundo mortal, mas ela não resiste à viagem e morre nos braços da outra Sabrina, que se sente extremamente culpada por ter causado a morte da sua outra parte.
No fim, Sabrina percebe que apenas ela pode enfrentar O Vazio, pois ele é consequência de todas as suas ações, então num ato final ela se sacrifica para salvar a todos e, infelizmente, não resiste e morre. Esse é o final que deixou os fãs muito surpresos, já que O Mundo Sombrio de Sabrina é uma série adolescente e ninguém espera que logo a protagonista morresse no final.
Mesmo sendo triste, esse não é um final absurdo. Sabrina terminou como sempre foi: boa e altruísta o suficiente para se sacrificar em nome dos que ela ama e salvar o mundo. Ela entendeu que deveria pagar o preço pelo erro que cometeu ao criar o paradoxo temporal e o aceitou.
Apesar de corrida e de ter deixado furos em algumas histórias, a última parte da série acabou bem, serviu aos fãs da série e dá um fim digno, mesmo que precoce, à nossa amada bruxinha.
A série completa está disponível no catálogo da Netflix desde 31 de dezembro de 2020,
NOTA: 3,8/5
E aí, você curtiu a última temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina? Você achou que a série merecia mais episódios? Deixa aqui nos comentários!
LOUVADO SEJA SATÃ!
Autor do Post:
Jessica Rodrigues
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Engenheira florestal e ilustradora botânica que bebe mais café do que deveria e ainda tá aprendendo a viver no mundo pós Orkut. Tentando seguir a filosofia de Capitão Fantástico: “Power to the people! Stick it to the man!”