3T INDICA | Em Ritmo de Fuga: ação e música combinadas de um jeito único

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Em 2017, um filme com um elenco bastante heterogêneo combinado com uma trilha sonora incrível e uma fotografia que não condiz com seu gênero foi lançado no Brasil com um título traduzido que, basicamente, resume toda a generalização da tradução de títulos brasileiros. Em Ritmo de Fuga, do original “Baby Driver”, é uma excelente pedida de ação “para menores” que surpreendentemente não romantiza o crime, mas sim, a música.

Aqui acompanhamos o “trabalho” de Baby, interpretado por Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas): um carinha que trabalha como o motorista do carro de fuga (alô, Taylor Swift?) de uma gangue que assalta bancos e afins para pagar sua dívida com Doc, vivido por Kevin Spacey (House of Cards) e para sustentar seu pai adotivo.

Porém, as coisas começam a sair do controle quando Baby está prestes a pagar sua conta e conhece Debora, interpretada pela Lily Beleza-Pura James (a própria Cinderela). Apesar de ser um excelente motorista, terá Baby habilidades o suficiente para fugir para longe desse mundo criminoso? Ah, e ele sempre (sempre!) está com fones de ouvido mostrando para nós espectadores seu ótimo bom gosto musical.

Todas as artes desse filme são belíssimas! Dá uma olhada no.

Para o humilde redator que vos fala, o que mais curioso nessa obra é seu elenco. Misturar Ansel Elgort, Lily James, Kevin Spacey, Jamie Foxx (Django Livre), Jon Bernthal (o Shane de The Walking Dead) e o Jon Hamm (que interpreta exatamente a versão contemporânea de Donald Drapper, de Mad Men, que eu imaginei) resultou em um dos elencos mais aleatórios e divertidos que já vi. Se eu tivesse de imaginar todas essas pessoas juntas num projeto com certeza não seria em um filme de ação super colorido e repleto de música.

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Contudo, é nítida a diversão dos atores em seus papéis: todos parecem estar se divertindo no filme, apesar de interpretarem pessoas que, em sua maioria, não são tão divertidas assim. Além do mais: quando Jon Hamm vai envelhecer?? A beleza nunca vai deixar aquele homem? *Call me in Jaida Essence Hall’s language*

*Screaming in bisexual language*

A fotografia desse filme é de encher os olhos com tanta cor. Parece que todas as cores aqui mereciam um lugar ao sol na opinião da direção da fotografia e do próprio diretor, o Edgar Wright (tão aleatório quanto o elenco é a filmografia desse homem). E isso é bem reforçado pela escolha dos figurinos tão coloridos quanto possível. Porém, o ponto alto do filme mesmo são as músicas. A trilha sonora é espetacular, bem arranjada e encaixada no filme de um jeito criativo, tornando a obra como um todo um parente distante de musicais. Não sei nem definir o papel da música aqui. Deixa eu explicar melhor:

A musicalidade parece ser um figurante em cena, porém, atua como um dos atores principais. A escolha da música (a maioria são rápidas, como todo filme de ação) dita o ritmo do filme e dos próprios personagens, como quando os passos de Baby seguem a batida da música. Ou quando Baby vai andando pela cidade e encontra partes da letra pichada ou escrita em algum lugar do cenário no exato momento que a música nos seus ouvidos chegou naquele ponto da letra. E isso não se estende somente ao personagem principal, mas prefiro deixar os fãs irem percebendo isso sozinhos.

Isso acontece porque, diferente do convencional, aqui, primeiro foi escolhida a trilha sonora. Depois ela foi montada para se encaixar num filme de ação anos antes do filme ser feito de fato. Então, o diretor Edgar Wright (Scott Pilgrim) já tinha o filme pronto, porém, sem a imagem. Foi como começar a montar um carro pela lataria e só depois colocar as peças internas. Dessa forma, todo o resto do filme foi feito em cima da música, levando em consideração sempre o timing e tornando a edição sincronizada com os acordes da música seu ponto principal. O vídeo do canal Brainstorm Tutoriais – Edição de Vídeo explica isso muito bem. Você pode vê-lo clicando aqui.

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As referências aos filmes antigos estão tanto no filme como em suas artes. Isso que é um pôster de respeito!

Por fim, Em Ritmo de Fuga (um nome que até combina com a trama do filme, mas mais genérico que isso impossível) é um ótimo filme de ação familiar. Apesar do tema principal ser a criminalidade, isso já foi bastante romantizado e normalizado dentro da nossa sociedade, então não é como se seus pais sentissem a necessidade de tirar o filme de suas mãos. Além do mais, a bondade (um clichêzin gostoso, adoro) de Baby o impede de resolver seus problemas da forma mais prática possível, criando cenas de ação vibrantes que, no fim, já sabemos como irão acabar. Mental meaning slow. Was he slow?

P.S.: a trilha sonora do filme está disponível no Spotify. E é perfeita!

Nota: 4,6

Disponível na Netflix.

Autor do Post:

Matã Marcílio

https://instagram.com/mat_marcilio/

Um pré-fisioterapeuta nordestino que, perdido no mar das incertezas, fez das palavras seu refúgio. Um pouquinho mais de duas décadas de leitura e sedentarismo causado pelo prazer de deitar em frente a um espelho negro e observar toda a glória do homo sapiens ao escapar da realidade terrivelmente entediante. “Jojo Betzler. Hoje, só faça o que puder.”

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