O novo longa protagonizado por Jessica Chastain estreou nesta terça (1) na Netflix, após ter tido sua estreia no cinema transferida para o streaming devido a pandemia do COVID-19.
O filme gira em torno de Ava (Jessica Chastain) uma assassina profissional que trabalha há anos para uma organização especializada em operações governamentais secretas. Quando uma missão dá errado, ela passa a desconfiar de que ela é o próximo alvo.
A temática em si não é nova nem inédita, neste longa temos uma protagonista emocionalmente instável, com problemas familiares, vícios que aprendeu a lidar e superar ao passar dos anos e a fuga em ter uma vida sem vínculos. Muito foi comparado com a saga “John Wick“, e devo avisar logo que a única semelhança é que ambos são grandes assassinos. Suas ambições são diferentes e todo seu universo é bem distinto um do outro.
A personalidade, a história e todos personagens que rodeiam a protagonista são extremamente bem desenvolvidos e explorados. É comum que em filmes de ação a história fique em segundo plano e os momentos mais frenéticos de tiros e lutas sejam o destaque, porém em ‘Ava’ os dois polos são bem distribuídos e fazem a história ser bem mais rica e menos genérica.
Enquanto a protagonista tem que lidar com seu vício em bebida e drogas, ela também deve superar seus traumas familiares, retomar laços perdidos enquanto tenta salvar a sua própria vida. É um grande drama familiar e ainda assim o filme consegue transformar em algo interessante de assistir. Ainda que tenha bastantes histórias secundárias acontecendo ao mesmo tempo, em seu ritmo, o filme consegue desenvolver ao ponto de unir todas as histórias através da protagonista, sem causar confusão.
O método utilizado para contar a história da protagonista é um grande ponto positivo do filme, foi rápido e sucinto. Em rápidas cenas e algumas fotos, é contato logo no começo sobre a trajetória de Ava e como ela se transformou na assassina que conhecemos logo nos primeiros minutos. Isso poupa bastante tempo no filme, faz com que tudo fique bem claro e dá espaço para explorar outras perspectivas da trama.
Quanto ao desempenho de Jessica Chastain não há o que se reclamar. A atriz entregou tudo que foi exigido, a confusão e desespero em seu olhar ao lidar com situações que não estava emocionalmente preparada, sua determinação, seu conflito moral, sua frieza e seu emocional, mas principalmente, suas cenas de ação. Depois que Charlize Theron mostrou sua desenvoltura em The Old Guard neste ano, também na Netflix, o padrão exigido por mulheres em filmes de ação se elevou (mais ainda) e Chastain atendeu a expectativa gerada.
A respeito dos outros atores no elenco, em sua maioria, entregaram atuações medianas, nada de espetacular ou que tirasse o brilho da personagem principal. Talvez, com exceção de John Malkovich e Colin Farrel, grandes nomes que fizeram jus às suas famas. Ainda que tenham tido pouco tempo de tela, em comparação com outros personagens, foram impactantes em seus papéis e foram responsáveis por uma dosagem extra de drama-ação, que deu um rumo interessante ao filme.
Ao fim, ainda que tenha concluído a história principal (de certo modo), o filme brinca com um final cheio de possibilidades. Agora é Ava sozinha contra aqueles que buscam vingança e seu pescoço. Acabei o filme animada e aguardando por mais, creio que ‘Ava’ tem um grande potencial para se tornar uma franquia de sucesso, sem dúvidas, tudo que é requerido em filmes do gênero ‘Ava‘ entrega com louvor, e até um pouquinho mais.
Nota: 4,5/5