Na última sexta (27) fomos contemplados com uma das melhores obras cinematográficas já protagonizadas por Park Shin Hye. ‘A Ligação‘, ou The Call, é o mais novo suspense/terror psicológico sul coreano a entrar no catálogo da Netflix.
Contando no elenco com grandes nomes como Park Shin Hye e Kim Sung-Ryung, o filme também revelou ao mundo a nova estrela Jeon Jong-Seo em um papel de destaque. Além disso, você pode encontrar rostos conhecidos como Oh Jung-Se de It’s Okay to Not Be Okay.
O elenco por si só já fez os admiradores da cultura asiática esperarem ansiosamente pelo thriller que prometia unir duas mulheres de tempos diferentes (20 anos para ser exata) em uma ligação. Os trailers exibidos e a sinopse fornecida não faziam jus a tamanha obra prima que foi The Call, e isso é um ponto positivo. Todo material divulgado foi meticuloso ao não divulgar pontos da trama que foram essenciais para a surpresa do espectador.
No filme, Seo Yeon (interpretada por Park Shin Hye) é conectada por telefone a Young Sook (interpretada por Jeon Jong Seo), que morava em sua casa a 20 anos atrás. As duas mulheres são completamente oposto uma da outra, no quesito personalidade, porém compartilham da dor e é isso que as une. Elas se aproximam por ser miseráveis e infelizes em suas vidas, o que acaba sendo perigoso.
Causa uma certa aversão a facilidade com que a protagonista aceita que ela esta vivendo um caso atípico e ligada a uma mulher que está vivendo há 20 anos na mesma casa onde ela se encontra. Mas após passar essa sensação de que as coisas aconteceram fáceis demais, o filme consegue tomar um rumo que não causa nenhum desgosto a quem está assistindo. Creio eu que este seja o único ponto negativo.
Após isso, uma série de acontecimentos surgem de modo que você tenta prever o próximo passo, mas é impossível. Quando você acha que descobriu o plot principal do filme, o enredo te mostra que há muito o que acontecer ainda. A cada momento e virada do filme, uma nova página de mistério se desdobra entre as protagonistas, o que faz com que elas se tornem mais cativantes e interessantes de assistir. Gradativamente o filme cria uma áurea aterrorizante e agonizante, quanto mais você torce para que as coisas acabem bem mais você perde as esperanças de que realmente vá acabar bem, visto que elas estão em tempos diferentes e a forma como a história pode tomar um rumo novo não pode ser ditada das formas convencionais.
As atuações são fenomenais, são dramáticas quando necessárias, bizarras e amedrontantes quando preciso mas sempre no ponto preciso para tocar e fazer com que o espectador fique imerso na história. Jeon Jong-Seo brilhou ao trazer uma personagem caótica e imprevisível, espero ansiosamente por seus próximos trabalhos, prevejo uma carreira brilhante pela frente. Em relação a Park Shin Hye, não há o que falar, uma das maiores estrelas da Coréia do Sul deu o seu nome, explicou com todas as letras porque é considerada uma das melhores atrizes de sua geração.
O filme é liderado e conduzido por personagens femininas extremamente fortes e decididas. Nessa história não há um príncipe em um cavalo branco nem uma princesa indefesa ou influenciada. Além da Coréia (finalmente) dar um espaço e visibilidade para existir um filme conduzido dessa maneira, o enredo também aborda preconceitos acerca de doenças mentais, a ignorância de chamar alguém com distúrbios mentais de possuído por exemplo, e como isso afeta a vida da pessoa de forma negativa, ao ponto de introduzi-la inteiramente a um caminho obscuro e sem saída.
Outro ponto extremamente positivo, definitivamente, é a fotografia e os efeitos especiais. Como estamos lidando com a interligação do passado e presente, alterações no presente por causa de informações fornecidas via telefone podem acontecer, e toda vez que o filme mostrava que as consequências de atos gerados no passado fizeram um efeito mudando a vida da protagonista completamente há um jogo de efeitos e luzes que chega ser uma obra de arte. Esses efeitos variam de acordo com o lugar em que a personagem se encontra e também como aconteceu a tal mudança no passado (a cena do carro é uma das melhores). Fico imaginando quão maravilhoso seria se fosse em uma grande tela do cinema.
O filme é coeso e coerente com sua proposta, ele tem inicio, meio e fim e se encerra em um ciclo perfeito. Não há necessidade de uma continuação, acredito que isso pode até estragar a história. A forma como que as coisas não acontecem do jeito que o espectador espera é uma das maravilhas de The Call, ele é surpreendente, chocante e agonizante. E o melhor de tudo ele mostra as consequências para quem deseja brincar de Deus. O passado nunca deve ser mudado, não importa o quanto você queira, porque as consequências podem ser maiores do que você imagina.
Se você espera algum romance, este não é um filme pra você. The Call consegue mesclar em seu filme mistério, ação e o sobrenatural. Ele é uma ótima pedida para quem deseja um filme que te prenda ao ponto de você não desgrudar os olhos da tela por 2 horas.
A Netflix disponibilizou a opção dublada em português se assim você preferir assistir.
Nota: 5/5
Autor do Post:
Ludmilla Maia
Concurseira formada em Direito, estudante da U.A, protegida da Annalise Keating, cantora amadora dos New Directions, sobrevivente da ilha de Lost, parça do Bojack, e uma Amazona perdida que ouve KPOP e assiste muito drama asiático.