CRÍTICA | “Dash & Lily” coloca em prática a melhor fórmula clichê do natal: amor juvenil e literatura

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Oficialmente chegamos ao fim de 2020, as produções natalinas começaram a estrear nos serviços de streaming e se você prestar atenção já consegue escutar Mariah Carey cantando All I Want For Christmas Is You.

Netflix resolveu novamente apostar em minisséries natalinas para fazer sua audiência suspirar com clichês natalinos que sempre dão certo. Dessa vez, a produção foi focada em resgatar (em um modo mais moderno e atrativo) a troca de cartas de amor entre jovens. A escrita e a literatura andam de mãos dadas com o romance proposto na trama.

Protagonizado por Austin Abrams e Midori Francis, “Dash & Lily” conta uma história de amor, mas principalmente de auto descoberta e aceitação. Ainda que diferentes, os protagonistas se vêem presos a paradigmas e muros que criaram em torno de si para se proteger de tudo que saia de sua zona de conforto. Toda a trajetória e desenvolvimento de Dash e Lily se dá através de uma evolução individual inspirada e provocada um pelo outro, o que é um ponto extremamente positivo, já que aqui não há um salvador ou uma princesa em apuros. Os dois se completam porque um escuta o outro, ainda que apenas por cartas.

Além das trocas de segredos, conversas que aproximam os protagonistas um do outro e referências literárias, há presente alguns desafios que fazem a história ficar mais imersiva. Os desafios proporcionam um passeio por toda Nova York, pontos conhecidos (outros nem tanto) e visitas gastronômicas que fazem a gente se sentir um pouquinho mais próximo deles e da “Big Apple” coberta por neve. 

Ao mesmo tempo que o romance e a premissa soa repetitiva, com aquela sensação de “já vi isso antes” ela se moderniza nos tópicos que aborda, na inclusão com personagens de diversas etnias, nos diálogos trocados e nos dilemas enfrentados. 

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Não espere um grande desenvolvimento de personagens secundários, todos existem apenas para apoiar o casal principal e tá tudo bem, já é esperado com o nome da série. A série é sobre Dash e Lily, apenas.  (mas assumo que isso vai se tornar um problema, caso a série tenha uma segunda temporada)

Ainda que o filme se passe no natal, a trilha sonora foge do óbvio e isso é ótimo! Você acaba por conhecer diversas bandas e músicas meio underground e fora do clichê natalino (pra quem ama música triste e depressiva…você vai ter várias músicas novas na sua playlist).

Não poderia deixar de mencionar neste texto o trabalho incrível de Midori Francis como Lily, a garota estranha. Estranhamente brilhante. Lily tem uma personalidade única, é incrível e eu de imediato queria ter sido amiga dela caso estudássemos no mesmo colégio. Ainda que sua insegurança seja sua pior inimiga, Lily não tem medo de se expressar através da sua arte e roupas. É inspirador! O carisma de Midori foi um dos grandes fatores que contribuiu para a criação de uma personagem tão amável e querida. A atriz não decepciona em entregar sentimentos distintos e intensos quando necessário (poderia falar que carregou a série nas costas).

Não há o que se falar de Austin Abrams, lembro que me peguei imaginando outros atores em seu lugar, mas isso não quer dizer que ele fez um péssimo trabalho, apenas mediano comparado com sua companheira de tela. Ainda assim, mesmo quando ainda não se conheciam, o casal exalava química e era fofo e ingênuo, combinando com a áurea natalina e literária da série.

Durante os 8 episódios de 20 minutos, a série consegue ser leve e realmente gostosa de se assistir. É impossível não maratonar (caso você tenha tempo) e assistir tudo de uma vez só como se fosse um filme. O fim tem um grande gostinho de quero mais e me deixou aguardando esperançosamente por uma confirmação da continuação em 2021.

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“Dash & Lily” foi um ótimo começo para minha maratona natalina e se você me perguntar se eu recomendo eu vou dizer em alto bom som: ASSISTA AGORA. Você vai esquecer de tudo e todos em sua vida, vai mergulhar profundamente em uma história doce e encantadora. 

Nota: 4/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

Concurseira formada em Direito, estudante da U.A, protegida da Annalise Keating, cantora amadora dos New Directions, sobrevivente da ilha de Lost, parça do Bojack, e uma Amazona perdida que ouve KPOP e assiste muito drama asiático.

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