Chegamos ao Halloween, ou Dia das Bruxas, celebrado neste dia 31 de outubro. Logicamente que eu traria algumas dicas de livros para marcar esta data. Pensei por qual caminho seguir e decidi explorar nossos bons e novos autores nacionais.
Seria simples vir e falar para todos lerem Stephen King, Edgar Allan Poe ou HP Lovecraft. Também é básico olhar o excelente catálogo da editora Darkside e escolher algum livro de lá, como “Ed & Lorraine Warren: Demonologistas”. Poderia falar também da C.J. Tudor, que é uma das minhas escritoras preferidas do gênero, ou de Charlie Donlea, que é mais voltado para o suspense.
Por isso, vamos de autores nacionais atuais. Os livros que trarei aqui contam com resenha aqui na Tribernna e estarei deixando o link para quem quiser saber ainda mais sobre eles.
1. “Horror na Colina de Darrington” e “Dança da Escuridão” (Marcus Barcelos)
Pois é. Eu comecei meio que “roubando”, pois trouxe duas dicas com o “preço” de uma. Isso porque os livros são uma sequência e realmente rapidinhos de ler – e bem divertidos. Barcelos se destaca pela facilidade e fluidez das histórias. É realmente fácil imergir na história..
Enquanto o primeiro livro da série é mais, digamos, juvenil, o segundo conclui muito bem a história. “Darrington” abusa um pouco dos clichês, o que nem é ruim, pois é uma zona de segurança para o autor. O desenvolvimento é rápido, as cenas bem descritas e as situações assustadoras.
Já “Escuridão” não conta com tanta ação quanto o primeiro livro da série e é um pouquinho maior, mas é essencial para conhecer toda a história, entender todo o ambiente e todos os acontecimentos da primeira obra. Ademais, a conclusão é ótima. Como um ponto fortíssimo, ambos os livros são da Faro Editorial e contam com edições belíssimas, que ajudam à imersão na história.
Inclusive, enquanto via a série “A Maldição da Residência Hill”, tiveram momentos que lembrei diretamente de “Horror na Colina de Darrington”. Talvez pelo ambiente criado ou assombrações descritas no livro e minhas visualizações da série.
Relato pessoal: comprei “Horror na Colina de Darrington” porque estava em promoção e era de um autor nacional. Não conhecia ou tinha ouvido falar na história. Foi um acerto tão gratificante que nem esperei promoção para comprar “Dança da Escuridão”.
2. “A Casa dos Pesadelos” (Marcos DeBrito)
Desta curta lista, admito, talvez seja o meu livro preferido. DeBrito dominou a história do início ao fim, passou para os leitores diferentes sensações e, apesar de não conseguir “esconder” a conclusão, faz com que o leitor sinta a pancada mesmo assim – e dói de verdade. Sofri calado por um tempinho.
“A Casa dos Pesadelos” também é uma obra curta. São apenas 140 páginas. A história acompanha o protagonista, Tiago, que sofreu um trauma na casa dos avós quando era criança e passou a crer que a casa foi mal-assombrada.
Ele volta à casa apenas dez anos depois, com a mãe e o irmão mais novo. Era uma forma de confrontar este trauma, ver que tudo o que imaginou era apenas imaginação de uma criança, e visitar a avó, é claro. No entanto, talvez não fosse apenas imaginação.
É uma ótima história, que dá medo por ser tão palpável. No entanto, prepare-se para um leve baque, pois a pancada é real. Há falhas no livro, como a – falta de – conclusão de uma coadjuvante, mas acontece e não interfere diretamente na experiência da história.
Relato pessoal: como um bom garimpeiro de promoções, este livro também foi comprado sob essas condições. Inclusive, também não conhecia o autor e nem mesmo a história. Até porque tenho problemas com sinopses e dificilmente leio, acabo comprando obras por “vibe” ou algo que já ouvi falar em algum lugar que eu nem me lembro. Neste caso, foi pela vibe. E foi um acerto.
3. “A Última Estação” (Rodolfo Bezerra e Diogo Betioli)
Sendo extremamente sincero: foi o livro, destes que estou indicando, que mais me surpreendeu positivamente – e isso até admitindo certo preconceito intrínseco. Isso porque as indicações anteriores tinham um selo forte, a Faro Editorial, uma editora que eu gosto muito. “A Última Estação” não. Foi publicado pela Autografia, uma editora que, até então, eu desconhecia.
Mesmo assim, comprei e não me arrependi. A história é boa, os personagens têm substância, os autores não têm medo de sacrificar personagem A ou B para dar mais força à narrativa. Única tristeza minha foi o final meio aberto, que me deu esperanças para uma continuação, mas que eu mesmo não sei se caberia.
Inclusive, como dito na resenha, acho que o grande ponto forte do livro é o desenvolvimento e o paralelo feito entre os personagens, como a realidade deles é colocada à prova. Um jovem de classe média/classe média-alta e um jovem de classe pobre. Ambos precisam conviver e crescer. E isso é um acerto gigantesco.
Há terror, há medo. Até porque envolve o metrô de São Paulo e suas 1 milhão de estações, por assim dizer – não falando mal do metrô em si, mas precisamos admitir que dá certo receio um transporte no subsolo que só para em pontos específicos e sem muitas saídas para escape. E acabei de lembrar: a cena da escola… Parte da história se passa em uma escola, após os personagens chegarem nesta “Última Estação”. Olha, complicado…
Relato pessoal: este livro, para mim, é uma prova de que os impulsionamentos no Instagram funcionam. Este eu não comprei em promoção, mas na Bienal do Livro do Rio (2019), pois vi o post dos autores nas redes sociais anunciando. Tive interesse e fui. Comprei, está autografado e guardo com carinho, assim como meus outros livros com palavras escritas nele. Foi um acerto. Vale a pena ser lido.
Autor do Post:
Henrique Schmidt
O louco dos livros, filmes, séries e animes. Talvez geek, talvez nerd, talvez preguiçoso, mas com certeza jornalista