ESPECIAL HALLOWEEN | O Terror através dos séculos

Siga e Compartilhe:

Criado para causar medo, angústia, reflexão e às vezes até repulsa, o gênero Terror tem origem na literatura a partir do folclore e tradições religiosas que focam no mal, vida após a morte, demônios, criaturas místicas e tudo o que poderia explicar e representar as coisas ruins que aconteciam. 

Sendo assim, no século XVIII temos O Castelo de Otranto (1764) de Horace Walpole, o primeiro terror gótico publicado que abriu portas para vários outro autores como Mary Shelley (Frankenstein, 1818), Edgar Allan Poe (O Corvo, 1845), Bram Stoker (Drácula, 1897) e o polêmico H. P. Lovecraft (O Chamado de Cthulhu, 1928), grandes nomes do terror do século XIX e XX, até chegarmos à era contemporânea de Stephen King, Anne Rice e outros tantos autores que fizeram do Terror o fenômeno que ele se tornou. 

No cinema, o Terror estreia em meados do século XIX, com o curta Le Manoir du Diable (1896) de Georges Méliès, que trouxe a primeira personificação do mal no cinema na forma do demônio Mefistófeles, um dos aliados de Lúcifer no inferno. Mesmo não sendo o objetivo do curta, os elementos sobrenaturais o tornaram tão assustador para o público que a obra carrega até hoje o título de primeiro filme de terror da história.

Le Manoir du Diable (1896) deGeorges Méliès

Mas foi na década de 1920, com o Expressionismo Alemão, que o cinema de terror ganhou força. O estilo cinematográfico trouxe maquiagens aterrorizantes e cenários distorcidos e uma fotografia com muito contraste no preto e branco, o que deixava tudo ainda mais assustador. Nessa fase do cinema de horror, se destacam filmes como O Gabinete do Dr. Caligari (1920) do diretor Robert Wiene e Nosferatu (1922) de F. W. Murnau.

READ  MÚSICA | The Weeknd lança videoclipe polêmico de “Save Your Tears”

O Gabinete do Dr. Caligari (1920) do diretorRobert Wiene (à esquerda) eNosferatu (1922) deF. W. Murnau 

Na década de 1930, a produtora Universal Studios iniciou a sua era de ouro com os clássicos filmes de monstros que tinham os atores Bela Lugosi e Boris Karloff em quase todos os seus filmes. Os clássicos da universal são: Drácula (1931), Frankenstein (1931), A Múmia (1932), O Homem Invisível (1933),  A Noiva de Frankenstein (1935) e O Lobisomem (1941).

Monstros clássicos daUniversal Studios.

Assim que o universo dos Monstros da Universal começou a decair, próximo à década de 1950,  os filmes de terror passaram a serem classificados como entretenimento “B”, que eram produções com baixíssimo orçamento, atores não tão famosos e que as sessões no cinema geralmente eram promocionais do tipo “dois ingressos pelo valor de um”. Isso de deu tanto pela crise pós Segunda Guerra, quanto pelo medo da Guerra Fria.

Também nessa fase ocorreu a ascensão da ficção científica. Agora os monstros eram animais gigantes, robôs e até extraterrestres (marcianos), como no clássico Vampiros de Almas  (1956) do diretor Don Siegel.  

Com esse rebaixamento dos filmes de terror, também surgiram produções de gosto extremamente duvidoso, que originaram o cinema Trash, como o filme Plano 9 do Espaço Sideral (1959), de Ed Wood. Os filmes de Wood tinham tão baixa qualidade que a classificação não era apenas “B” e sim “Z”.

Plano 9 do Espaço Sideral (1959), deEd Wood.

No final da década de 1950 até os anos 70, a produtora Hammer Film Productions  se aproveitou dos Monstros da Universal para fazer novos filmes, agora coloridos e um pouco mais sensuais. O Drácula de Christopher Lee era incrivelmente bonito e sensual e graças a ele, a figura do vampiro é vista como sedutora.

READ  ANIMES | Kanojo mo Kanojo tem visual revelado

Foto Reprodução:Hammer Film Productions

Os filmes de terror finalmente voltaram a fazer nome quando Alfred Hitchcock lança seus dois filmes de suspense/terror psicológico mais famosos na década de 1960: Psicose (1960) e Pássaros (1963). Mesmo já existindo filmes coloridos, Hitchcock fez seus filmes em preto e branco para serem mais baratos. 

Anthony Perkins como Norman Bates em Psicose (1960).

A melhor fase do cinema de terror (na minha opinião, claro), é nas décadas de 1970 e 1980. Nessa época foram lançados clássicos do Terror Psicológico como O Exorcista (1973) de William Friedkin,  Tubarão (1975) de Steven Spielberg, e Carrie, A Estranha (1976), de Brian De Palma e O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick.

O Iluminado (1980), deStanley Kubrick.

Também é nesse intervalo de tempo que surge o gênero Slasher, que deu origem às maiores franquias do cinema de horror como O Massacre da Serra Elétrica (1974) Halloween (1978), Sexta-Feira 13 (1980), A Hora do Pesadelo (1984). Brinquedo Assassino (1988) e Pânico (1996). 

Halloween (1978). 

No final da década de 1990 e início dos anos 2000, os filmes de terror asiáticos e seus remakes estadunidenses chegaram para traumatizar os millennias: Ringu (1998) e O Chamado (2002) fizeram muita gente dormir de luzes acesas por semanas e continuam assustando muito até hoje. 

Ringu (1998).

Nessa primeira década do novo milênio também temos os clássicos do gênero Torture Porn, com muita violência pelo simples prazer de ver alguém sendo torturado pelos motivos mais sem sentido possíveis: Jogos Mortais (2004), O Albergue (2005) e o francês Martyrs (2008) fazem a frente nesse gênero. 

Martyrs (2008).

Finalmente, na década de 2010, temos os filmes de terror que usam de todas as fórmulas e são superproduções para trazerem ainda mais veracidade ao que acontece em tela. 

READ  SÉRIES | Robert Englund se junta à quarta temporada de Stranger Things

Filmes como a franquia de Invocação do Mal (2013) e Sobrenatural (2011) ambos de James Wan,  Um Lugar Silencioso (2018) de John Krasinski, Hereditário (2018) de Ari Aster, e A Bruxa (2015) de Robert Eggers são sucessos absolutos em bilheteria. 

 Um Lugar Silencioso (2018) de John Krasinski.

E aí, nessa viagem breve pela história do terror, qual a sua fase favorita? Deixe aqui seu comentário indicando seu filme de terror favorito!

 

 

Autor do Post:

Jessica Rodrigues

https://instagram.com/jess.cah

Engenheira florestal e ilustradora botânica que bebe mais café do que deveria e ainda tá aprendendo a viver no mundo pós Orkut. Tentando seguir a filosofia de Capitão Fantástico: “Power to the people! Stick it to the man!”

    Rate article
    Tribernna