Alguns livros eu termino de ler apenas na “força do ódio”. Só por querer acreditar que ele pode ser melhor do que tem aparentado ser. Esse foi o caso de “Hoje vai ser Diferente”, de Maria Semple, que é um conjunto de ‘white people problem’ com uma protagonista quase insuportável.
Como vai ser difícil falar algo de bom do livro, vou começar destacando o melhor ponto da obra: Timby, o filho da protagonista, de apenas oito anos de idade. Os melhores diálogos sempre partem dele, assim como as partes de comédia e as melhores tiradas. Sim, o melhor ponto do livro é uma criança de oito anos de idade.
Tirando isso, o livro é apenas sobre ‘white people problem’. Uma passagem do livro, na página 203, resume muito bem a importância que devemos dar a obra. É dito: “Acho que pode haver outro ponto de vista. Mas diversidade é um dos assuntos com os quais decidi não me importar”. Isso é dito quando seu professor de poesia a explica que está sofrendo ataques virtuais por estudar, em maior parte, autores brancos.
Um breve resumo da protagonista: uma mulher com cerca de 50 anos de idade, mãe de um menino de oito anos, casada com um cirurgião de sucesso – e aparentemente rico. Era diretora de artes de uma revista, chegou a assinar contrato para publicar um livro, porém não fluiu. Teve um pai problemático e dificuldades na infância, e nem isso diminui a sua problematização com alguns assuntos.
“Hoje vai ser Diferente” não distrai, não entretém, não prende. Foi bem difícil chegar até a última página, mas tentei acelerar o máximo possível a leitura porque não aguentava mais a (falta de) história. Tanto que terminei o livro em um domingo a noite, um momento que normalmente não dedico à leitura.
Autor do Post:
Henrique Schmidt
O louco dos livros, filmes, séries e animes. Talvez geek, talvez nerd, talvez preguiçoso, mas com certeza jornalista