É bem raro admitirmos que um filme é melhor do que uma obra escrita. Mas esse é o caso de “O Jardim das Palavras“, de Makoto Shinkai. Talvez até por ter nascido um filme e depois ter virado um mangá.
Digo isso porque, para mim, os grandes pontos da obra – que eu tenho como uma das mais lindas que já vi – são o visual e a mixagem de som. O barulho da chuva casa muito bem com tudo que está acontecendo ao longo de todo o filme.
Sendo um mangá, claro, não temos as cores e o som, o que faz toda a diferença. Mesmo assim, ainda temos toda a profundidade da história.
O mangá aborda, mesmo que não dê a nomenclatura, de depressão. Um colegial, que sonha em ser sapateiro, vai para um parque, um jardim, em todas as manhãs chuvosas. Lá ele conhece uma mulher mais velha.
É simplesmente belo como toda a relação deles vai se desenvolvendo, como um começa a ser importante e se importar com o outro, de forma natural, sem nem ao menos perceber. Cada pequeno detalhe tem um mundo de importância – o que sempre acontece nos trabalhos do Makoto Shinkai.
“O Jardim das Palavras” mostra que a saída de alguns dos nossos problemas, nossas inseguranças, estão onde menos esperamos. Nossos problemas se resolvem de maneiras que não esperamos. Sempre podemos buscar força e apoio. Não estamos sozinhos.