Dr. Stone é a adaptação de um mangá japonês escrito por Riichiro Inagaki e ilustrado por Boichi, publicado na Weekly Shōnen Jump desde 6 de março de 2017 com os capítulos individuais, divulgados pela editora Shueisha, e em formato takobon desde 7 de julho de 2017. E produzido pela TOHO Animation e distribuído no Brasil pelo Crunchyroll.
Vamos contextualizar a situação da história para você que não sabe do que se trata. Imagine que sem nenhuma explicação toda a humanidade fosse petrificada e que apenas você acordasse 3700 anos depois com a missão de despertar toda a humanidade e recriar a sociedade a muito perdida? É exatamente o que acontece com Senku, o protagonista desse anime.
O mais surpreendente é ele ter conseguido manter sua consciência por todo esse tempo, mesmo petrificado. E não só isso, mas ele contou em segundos por todo esse tempo, para que essa tarefa o ajudasse a se manter focado em continuar consciente.
Quando eu era criança fui muito acostumado a consumir conteúdos que tinham sempre um intuito de trazer algum conhecimento para o expectador. Seja através de um experimento físico, ou químico ou alguma informação pertinente sobre história ou geografia e afins. Os programas tinham informação e entretenimento. E é isso que temos nesse anime, que mistura ciência e informações relevantes sobre o desenvolvimento da humanidade através das eras. A preocupação do anime é tão grande em mostrar experimentos reais, que em certo episódio em que eles ensinam como fazer pólvora, o experimento é seguido de um pedido clássico de: “não tente fazer isso em casa”.
Senku é um personagem extremamente interessante, tanto pelo seu intelecto quanto pela sua capacidade inventiva de se superar. O personagem supera suas dificuldades de confronto físico usando sua inteligência superior na luta contra o vilão. Além de superar a si mesmo neste grande desafio que é fazer com que a humanidade volte ao estado de conforto em que vive, mesmo depois de 3700 anos depois ter voltado a “idade da pedra”.
Os co-protagonistas tem uma função interessante dentro da história, eles são responsáveis por representar o expectador dentro da história. Sempre que Senku está explicando qual experimento ele está fazendo, ele se dirige para seus aliados e quase como um professor contextualiza em que momento da história humana aquele experimento foi criado. A didática aplicada é surpreendente.
Diferente de alguns exemplos de uma boa quantidade de animes que estamos acostumados a ver, em Dr. Stone temos uma boa representatividade de personagens femininos, ainda muito pouco é verdade, mas Kuhako é um ótimo exemplo de mulher forte e independente.
A qualidade de animação é um ponto muito forte desse anime. Apesar de não termos lutas de grande plasticidade e uso de super poderes como vemos em My Hero Academia ou Demon Slayer por exemplo, temos um nível de qualidade de animação quase que equiparado com os outros animes citados.
Um fator que é importantíssimo para determinar a qualidade desse anime, é sem dúvidas a fidelidade com o mangá. Seja na história que quase não foge da original, mesmo na adaptação, ou em momentos que a animação repete a mesma cena que foi feita no mangá quase como uma cópia de si mesmo.
O antagonismo do anime fica por conta de Tsukasa Shishio, que representa a barbárie e o retrocesso, tudo aquilo que Senku deseja eliminar desse “novo mundo”. Os dois são polos totalmente opostos, já que Senku defende que a evolução é necessária para o desenvolvimento da humanidade.
Enquanto Tsukasa acredita que esse foi justamente o problema que causou todas as catástrofes que a humanidade já enfrentou. Nesse aspecto de rivalidade o anime acerta muito. Não temos dois rivais que são amigos e se voltam um contra o outro. Ou um vilão megalomaníaco que deseja dominar o mundo. Nesse anime temos um duelo de ideologias, que promete fazer você pensar muito em que lado será que está correto.
Dr Stone se encontra disponível no Crunchyroll.
Autor do Post:
Gladimir Carvalho
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Um lufano, que jamais abandonaria os amigos, como Samwise Gamgee não abandonou Frodo. Cinefilo quando dá. Aprendiz de Otaku, que sempre antes de tomar uma decisão importante, se pergunta: O que o Naruto faria no meu lugar? Podcast: @adultojovem