O novo conto nórdico da Netflix teve seu lançamento na última sexta feira (31), e pelo trailer, Ragnarok, prometeu nos trazer a gênesis dos contos de Thor, como ele adquiriu seus poderes e como eles seriam revelados para sociedade. Tinha até mesmo um clima bem heroico dos filmes da Marvel e foi praticamente impossível não comparar com o que já conhecíamos do cinema baseado nas histórias do nosso deus dos trovões favorito.
Mas assim como a ansiedade pré lançamento veio rápido, a decepção após maratonar os 6 episódios em dois dias me atropelou como um trem bala. Esqueça qualquer história de super herói, deixe de lado qualquer conceito que você pensou em colocar na cabeça sobre o que poderia vir com o desenrolar de Ragnarok, ela é exatamente o que diz aqui no título deste crítica: a história de uma poluição regional e não o desenvolvimento de um deus nórdico.
“Ragnarok: na mitologia nórdica, é a definição de fim do mundo, ele começa com desastres naturais e culmina numa grande batalha entre deuses e gigantes.”
Basicamente, são 6 episódios bem distribuídos em media de 45 minutos cada. Inicialmente, conhecemos os Seier: Magne Seier (interpretado por David Stakston), seu irmão Laurits Seier (interpretado por Jonas Strand Gravli) e a mãe dos meninos, Turid Seier, (interpretada por Henriette Steenstrup) que estão voltando para Edda, sua cidade natal na Noruega. O motivo da volta é um mistério, até o final da temporada não se sabe ao certo o motivo do retorno, eles se mudam para a casa da avó dos meninos e não temos muitas explicações sobre isso, não sabemos se Turid voltou porquê a mãe faleceu, e muito menos se a avó a qual ela se refere é mãe dela ou não.
Magne é o típico deslocado que não se encaixa em nenhum grupo social, se apaixona pela queridinha do popular do colégio e acaba virando melhor amigo da ‘menina estranha’ que é simplesmente viciada pelo bem estar do meio ambiente. Ele sofre de dislexia e nem mesmo sua mãe consegue entender o temperamento do jovem, o distúrbio de Magne não chega, quase nunca, a ser um empecilho para o desenvolvimento da trama, na verdade em alguns momentos a gente nem lembra que ele tem algum problema. Laurits é mais desenrolado, faz amizade rapidamente com o grupo de populares e vira um personagem secundário praticamente sem importância.
Para quem esperava a rixa de irmãos à lá Thor vs Loki, pode perder as esperanças, o roteiro até tenta fazer um Laurits que se importa e procura sabotar Magne mas falha miseravelmente, tanto é que isso acontece só uma vez e o indício de uma relação conturbada morre depois da primeira tentativa.
Depois que os Seier voltam para Edda, muita coisa mudou e a família tenta se estabelecer começando a vida do zero. Turid consegue um emprego como contadora nas indústrias Jutul e os meninos começam a estudar no colégio local. Os Jutul são membros da única família rica da cidade, Vidar Jutul (interpretado por Gísli Örn) é o dono da indústria, Ran Jutul (interpretada por Synnøve Macody) é diretora e professora de inglês do colégio, os dois têm um casal de filhos, Fjor e Saxa (interpretados, respectivamente, por Herman Tømmeraas e Theresa Eggesbø) que habitam o topo da pirâmide social entre os adolescentes.
“Gigantes: um termo genérico para várias criaturas sobrenaturais da mitologia nórdica. Conhecidos como os arqui-inimigos dos deuses, eles eram associados a uma natureza temerária e destrutiva.”
Os, praticamente, donos da cidade vivem de forma bem peculiar, já no primeiro episódio Vidar faz um ritual de sacrifício nas montanhas o que já nos deixa atentos para a existência do sobrenatural na região. Toda a questão histórica é focada mais nos Jutul que já são familiarizados com suas origens e o que podem ou não fazer para evitar chamar atenção desnecessária para qualquer membro.
Os grandes vilões da história são os Gigantes, e é interessante frisar que é um termo usado para criaturas sobrenaturais, não necessariamente precisam ser pessoas com metros de alturas e que sejam apavorantes, nada disso, elas podem ser comuns, serem quase imortais e até mesmo ser proprietária de quase toda uma cidade.
O primeiro contato que temos com uma possível ligação ao deus Thor já vem no primeiro momento em que eles chegam em Edda e são recepcionados pela Vidente local, o que fica confuso porque a gente não sabe se o poder já estava adormecido em Magne, ou se a própria Vidente escolheu ele para desenvolver os poderes do deus nórdico, ou se foi o contato tardio com a cidade que o fez aprimorar seus sentidos.
O estopim da série vem com a morte de uma das pessoas do grupo principal e com isso Magne tenta desvendar os mistérios por trás dessa morte e os problemas ambientais que estão afetando a água da cidade. E fim, é isso. Magne passa boa parte da temporada falando consigo mesmo através de gravações de voz no celular, ele relata todas as mudanças as quais seu corpo e sentidos estão passando desde a mudança, percebe que não precisa mais de óculos de grau, que consegue correr muito mais rápido em 10 segundos do que o recorde mundial e a conexão que fazem com o martelo é tão fraca que não chega nem aos pés do mínimo de importância que o Mjölnir tem.
“A profecia das videntes é um antigo conto mitológico sobre a criação do mundo, seu fim e renascimento. A Vidente Volva fala com deuses e homens, conta como mundo acabará se continuarem com suas ações más e imorais.”
Ragnarok está com sua primeira temporada disponível na Netflix. Confira o trailer
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Barbara Sales
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A dorameira que, de vez em quando, se perde na lista de dramas, mas que sempre está adicionando coisas novas. Aprendiz da Corvinal, gosto de ler uns livros aqui e acolá e, raramente, escrevo sobre. Amante de fantasias e romance (não necessariamente na mesma ordem).