CRÍTICA | ‘Chocolate’ provoca emoções intensas e reflexões sobre a vida e a morte

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Lançado no fim do ano passado, Chocolate é um k-drama da JTBC distribuído mundialmente pela Netflix. Os seus 16 episódios (de aproximadamente 70 minutos cada) foram lançados semanalmente, toda sexta e sábado pelo serviço de streaming, e nós corremos pra fazer nossas primeiras impressões desse drama que prometia rios de lágrimas e abrir o apetite dos espectadores (você pode conferir aqui).

A história de Chocolate gira em torno dos protagonistas Lee Kang (Yoon Kye Sang), um neurocirurgião de enorme prestígio, e Moon Cha Young (Ha Ji Won) uma cozinheira com um coração tão grande quanto seu talento culinário. Os dois são ligados através de um passado com recordações tristes e também afetuosas.

Durante sua jornada, Kang, se perde e acaba encontrando um rumo diferente do que tinha imaginado quando criança. Seu sonho de abrir um restaurante é enterrado com a morte de alguém muito importante pra ele, e sua “nova família” o molda em um homem frio e distante, focado apenas em ser um médico exemplar. Toda sua história é triste e chega causar uma certa repulsa com o tipo de família que só sabe explorar e tentar transformá-lo a todo custo em um deles.

Yoon Kye Sang interpretou uma versão do “Darcy” coreano (referência ao livro Orgulho e Preconceito), ou seja, aquele homem caladão, intenso que quase não demonstra suas emoções mas quando demonstra é extremamente romântico e movido ao fogo da paixão. O ator não fez uma atuação invejável, mas a construção e depois a desconstrução de seu personagem que foi de amargurado a aberto a novas possibilidades foi primorosa e bem feita. Agradou no limite que foi proposto.

Por mais que a história de Kang seja dramática e envolva poder e brigas familiares por conta de dinheiro, Cha Young consegue ter uma vida mais sofrida. Abandonada quando criança, sobrevivente de um desabamento de um shopping, e ainda tem que aguentar os perrengues do seu irmão um tanto quanto problemático. Só não é considerada uma Maria do Bairro coreana porque ela não deixa outros pisarem em cima de seu calo. A protagonista consegue contornar  todos seus problemas, até os de saúde, e sempre devolve para o universo bondade e compreensão.

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Yoon Kye Sang apesar de todo drama por trás de sua personagem não se sobressaiu em sua atuação, se manteve dentro do roteiro proposto e somente isso. Não foi nenhuma grande surpresa, mas também não foi um fiasco. Suas cenas eram medianas e graças a combinação do roteiro e a ambientação conseguiu entregar os sentimentos corretos.

Foi o ator Jang Seung Jo que roubou a cena por diversas vezes, seja em brigas com seu primo Kang ou dilemas morais que sofreu durante o drama. Seung Jo  surpreendeu e se destacou, mesmo que seu personagem fosse um coadjuvante que auxiliava no desenvolvimento do protagonista. O desenvolvimento de seu personagem, por mais previsível que fosse, foi coerente e maduro.

Nas primeiras impressões ressaltei a beleza da fotografia do drama que oscilava em cenários na Grécia e cenários culinários. No entanto, o restante do drama se passa em uma espécie de casa de repouso para pacientes terminais. E é aí que o drama mostra outro tipo de beleza, o valor a vida.

Ao observar aqueles pacientes que não tem mais chances neste mundo pode-se notar que eles conseguem valorizar relações e também ganham uma nova perspectiva da vida. As pessoas ao redor, inclusive o próprio espectador, são atingidos em cheio pelo drama da despedida e a tristeza da partida, mas o principal ainda é saber a importância de valorizar o hoje.

Só os casos relacionados aos pacientes da Unidade garante rios de lágrimas, a combinação disso com o drama dos protagonistas é a causa dos seus lenços acabarem.

É impossível não se apaixonar pelos personagens secundários, especialmente os pacientes e enfermeiras. Por mais que a vibe seja meio triste, todos são repletos de carisma e alto astral, cada um com sua personalidade ímpar. O que deixa tudo pior quando acabam falecendo. É inevitável você não se apegar aos personagens incríveis que passam pelo drama, bem como é inevitável chorar com suas partidas.

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O drama consegue tratar com muita delicadeza e respeito as despedidas e o convívio dos pacientes, além de seus próprios arcos individuais que acontecem durante a trama. Além de alimentar com suavidade o desenvolvimento do romance entre o casal principal.

O único defeito de Chocolate foi o final que deixou algumas pontas abertas. Alguns assuntos ficam implícitos, como por exemplo, Lee Jon (Jang Seung Jo) vai voltar a ter a mesma vida de médico manipulado pelos pais? A sua mãe ainda vai chantagear a sua avó? Quem vai ser o diretor do hospital? A saúde da protagonista, não vai haver alguma melhora? A unidade vai continuar funcionando? E o protagonista, vai abrir um restaurante ou vai continuar como médico?  Muitas perguntas foram deixadas ao vento em um episódio que serviu para ter cenas românticas (e muitos flashbacks desnecessários). A incerteza de uma nova temporada

Por outro lado, o último episódio conseguiu mostrar um novo capítulo para a família Moon. O amadurecimento de Moon Tae Hyun (Min Jin Woong) e a evolução de seu relacionamento com sua irmã, Cha Young. Além da conversa, difícil e dolorosa, que Cha Young teve com sua mãe. Muita emoção para um episódio só!

Vale ressaltar que Min Jin Woong protagonizou uma cena belíssima no episódio final, seu pequeno monólogo sobre o valor da vida é de deixar qualquer um com a garganta seca segurando as lágrimas.

Um dos meus maiores medos em relação a esse k-drama não se concretizou. Chocolate não cai na mesmice. Apesar de utilizar da ferramenta “triângulo amoroso” explorada na maioria das produções asiáticas, Chocolate conseguiu se destacar se desvencilhando do clichê e surpreendendo com a sua forma de abordar. O drama consegue ser inovador e despertar emoções intensas em todos os episódios. Não decepciona e entrega o que promete desde do começo, MUITO DRAMA. A trilha sonora serve como cereja desse magnífico bolo, com faixas cantadas por Ailee e pelo boy group Seventeen, Chocolate traz uma OST repleta de baladas românticas.

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Se você gosta de se emocionar e explorar todas as emoções que habitam dentro de você, esse k-drama é perfeito pra você. Chocolate  é um k-drama intenso, dramático, comovente, emocionante e inesquecível. Todos seus 16 episódios estão disponíveis na Netflix.

 

Autor do Post:

Ludmilla Maia

Concurseira formada em Direito, estudante da U.A, protegida da Annalise Keating, cantora amadora dos New Directions, sobrevivente da ilha de Lost, parça do Bojack, e uma Amazona perdida que ouve KPOP e assiste muito drama asiático.

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