CRÍTICA | Fênix Negra é uma conclusão sem sal, porém com belíssimas cenas de ação

Siga e Compartilhe:

X-Men: Fênix Negra, é o longa que encerra este ciclo dos mutantes da Marvel, que começou lá em 2011 com Primeira Classe.  O filme foi dirigido por Simon Kinberg, que trabalhou anteriormente em X-Men: Apocalipse, Dias de um Futuro Esquecido, X-Men 3 : Confronto Final e Logan.

O filme por si só já continha dois grandes pesos antes mesmo de sua estreia; por ser aquele que iria concluir essa trajetória e também por não cair na sombra nem no mesmo caminho de X-Men 3: Confronto Final (2006), que também abordou, de maneira diferente, a Fênix.

Nesta reta final, os mutantes não são mais temidos, nem vivem escondidos, pelo ao contrário, são considerados heróis, com direito a uniforme colorido e tudo. Os X-Men agora têm fãs, ganham recepções calorosas após missões, neste mundo existe action figures dos mutantes e ainda são requisitados diretamente pelo Presidente dos Estados Unidos.

O filme aborda logo de antemão, como as coisas mudaram e avançaram de certo modo para os heróis. Mas a que preço? É colocado em jogo a vaidade e o ego de Professsor Xavier (James McAvoy), que claramente está aproveitando o seu lugar ao sol, e colocando seus alunos em segundo plano. Um dos pontos interessantes que esta nova leva de filmes do X-Men abordou, foi esse lado egocêntrico do Professor X, alguém que por mais que pense nos seus alunos, ainda assim é extremamente vaidoso e deixa claro o quanto gosta de ser notado pelo seus feitios.

No entanto, um dos grandes erros é terem escolhido a Mística (Jennifer Lawrence) para ser o contrapeso de Professor Xavier, o lado moral dele. Aquela que enxerga a verdade, e a expõe. Infelizmente era previsível, tendo em vista da forma como a mutante foi construída ao longo dos filmes, mais previsível ainda foi seu fim, que não foi nada emocionante nem ao menos impactante. Além disso, torna-la um mártir e constantemente lembrar e tomar atitudes em prol ao nome dela, foi uma jogada clichê, chata e totalmente intragável.

READ  SÉRIES | Steve Agee entra para o elenco da série do Pacificador

Um dos grandes problemas dos filmes novos do X-Men, desde 2011, é a independência que todos tiveram. Os filmes se passam na mesma linha temporal, mas parece que foram feitos de modo que você possa assisti-los independente de ter acompanhado os outros, isso é um defeito gigantesco dentro de um universo interligado, pois acaba não gerando um vínculo com a audiência, nem tem um desenvolvimento adequado dos personagens e de suas relações. É difícil comprar a ideia que eles são uma família, quando não foi construído isso ao longo dos anos, quando somente nos dão flashbacks isolados.

O fato de que os filmes anteriores não terem nenhum efeito significante na construção dos personagens, faz parecer que eles estão estagnados e presos aos mesmos dilemas. Ou pior, qualquer evolução parece ter vindo do nada, tanto evolução do personagem em si, quanto de sua relações. O que é uma pena, pois sabemos que os mutantes são uma família (com bastante problemas mas) unida e suas relações entre si são um pilar essencial para tal construção.

Uma coisa é certa, este foi o filme com as melhores cenas de ação. Todas, sem exceção, foram de tirar o fôlego do início ao fim. Tanto as atuações dos atores, quanto os efeitos especiais foram excelentes, honrando e tendo a cara realmente de um filme de heróis de histórias em quadrinhos.

Além do entrosamento e química entre os atores, houve no longa lutas muitíssimo bem coreografadas e coesas, um upgrade considerável no Fera, e nas habilidades da Tempestade, que foram mais exploradas neste filme do que nos outros (mesmo que não tenha sido o suficiente).

READ  SÉRIES | Kevin Feige não descarta a possibilidade de novas temporadas para as séries da Marvel na Netflix

Outro ponto positivo foi no desenvolvimento dos poderes de Jean Grey (Sophie Turner). Por mais que certas vezes tenha sido anti climático certos dilemas no meio dos X-Men, a confusão dentro da mutante, e gradativamente a descoberta da dimensão dos seus poderes, ao ponto de ter ciência da dimensão dos mesmos ao fim, foi algo que ainda não tínhamos vistos com a antiga Jean.

A origem da Fênix também foi um inicio positivo para o filme, a tensão foi na medida certa, tornando um começo bastante promissor para o longa. Infelizmente, foi tarde demais, visto que esse é o último filme, e ficou claro que há necessidade de mais para explorar esse novo lado de Jean.

De certo modo, o filme não foi uma conclusão épica de uma história construída há 7 anos. No entanto, a culpa não foi exclusiva deste filme em si, e sim da elaboração e construção dos outros filmes ao longos dos anos.

Fênix Negra acaba se tornando um bom divertimento, mas ao longo prazo, pode se tornar um filme esquecível. O que é uma pena, pois o potencial que a história carregava era gigantesco…como os poderes da Fênix.

X-Men: Fênix Negra já está em cartaz em todos os cinemas brasileiros.

 

Autor do Post:

Ludmilla Maia

Concurseira formada em Direito, estudante da U.A, protegida da Annalise Keating, cantora amadora dos New Directions, sobrevivente da ilha de Lost, parça do Bojack, e uma Amazona perdida que ouve KPOP e assiste muito drama asiático.

Rate article
Tribernna