CRÍTICA | Como American Horror Story se desculpou pelo desfecho de Coven com Apocalipse

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No ar desde 2011, American Horror Story conseguiu cativar uma legião de fãs, com histórias distintas a cada temporada.

Ryan Murphy, criador da série, trouxe nesta nova temporada o conceito do “fim do mundo”, o que intitulou esta temporada de “Apocalipse”. Confirmando mais uma vez que todas temporadas estão interligadas e que coexistem em uma mesma realidade.

Em Apocalipse, a 8ª temporada, podemos notar a ligação direta com outras temporadas passadas, como: Coven (3ª), Murder House (1ª) e Hotel (5ª). Nesta 8ª temporada podemos observar os personagens das temporadas já mencionadas, e o que aconteceu (em partes) com eles após o fim de suas histórias. E o mais importante, como eles influenciam e são influenciados na história atual. O papel deles no fim do mundo.

Apocalipse pode ser considerado uma segunda parte de Coven, uma tentativa de se redimir com o público depois da frustração que foi o desenvolvimento das bruxas em sua 3ª temporada. Demorou 5 temporadas mas os fãs receberam enfim aquilo que esperavam, um bom desenvolvimento e uma história digna das bruxas da Academia para Excepcionais Jovens Garotas da Madame Robichaux.

Nesta temporada podemos notar que as bruxas estão mais maduras em relação aos seus poderes e além disso tiveram um melhor desenvolvimento, explorando muitissimamente bem os poderes das antigas e novas bruxas. Cada uma tem um papel crucial no desenrolar da história, sendo notório todo o potencial que não havia sido devidamente explorado em Coven.

A série promete entregar o fim do mundo, no entanto ela mostra o caminho que levou isso acontecer. A trajetória do anticristo e das bruxas tentando impedir o genocídio.

Murder House, a primeira temporada, é de extrema importância para o desenvolvimento da história. Visto que o anticristo nasceu naquela casa, filho de Tate Langdon (Evan Peters) e  Vivien Harmon (Connie Britton), e além disso é neto de Constance Langdon (Jessica Lange).

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Como podemos ver na primeira temporada, Michael Langdon (Cody Fern), o anticristo, mostra sinais de seu futuro e seu histórico demoníaco desde quando ainda era apenas um bebê. O desejo de matar cresce gradativamente, mas o personagem ainda se mantém ingênuo, apesar de haver um histórico gigantesco de matança. Isto é, há um conflito entre essas duas vertentes, como um assassino pode ser ingênuo? No fim vemos que o anticristo nada mais é que um menino mimado, que mata quem estiver no seu caminho por pirraça, e que só conseguiu o seu Apocalipse porque tinha as pessoas certas para o auxiliar.

Apesar do anticristo ser um mimado pirracento, não há dúvidas acerca do seu poder. A trama desenvolve os poderes do Michael gradativamente, explorando todas suas faces, e o transformando em um poderoso e temido anticristo.

Um dos erros dessa temporada foi o plot dos cientistas da empresa Kineros Robotics. Mesmo sabendo que os personagens e este enredo serviam para a introdução direta do plano para o fim do mundo, os episódios foram arrastados, a história foi preguiçosa, e os personagens eram entediantes. Não havia nenhum atrativo, lembrando até uma das piores temporadas de AHS, a 7ª – Cult.

Por outro lado, uma das novidades muito boas que Ryan Murphy trouxe foram os feiticeiros do Colégio para Jovens Excepcionais de Hawthorne, e toda sua dinâmica por trás. Nesta sociedade de bruxas e feiticeiros, as bruxas são superiores, devido a Suprema ser uma bruxa. Enquanto isso os feiticeiros vivem debaixo da terra, com a sede de tomar o poder das bruxas. O ódio cego faz com que um dos principais feiticeiros se renda ao satanismo e assim apoiando o anticristo.

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O grande destaque nessa temporada é a magnifica atuação (e direção) da Sarah Paulson, e da breve (e impactante) volta de Jessica Lange. Além da sua notória evolução como atriz, Paulson dirigiu um dos episódios mais esperados pelos fãs. O quinto episódio trazia a casa mais famosa de AHS, a “Murder House”. Paulson teve a missão de mostrar os personagens que todos nós estávamos com saudades, e além disso mostrar o crescimento de Michael Langdon (Cody Fern). Em seu primeiro trabalho como diretora, Sarah Paulson pegou um episódio de suma importância na série e o fez com louvor.

O cliffhanger desta temporada, foi o jovem casal do inicio, que no começo da história pareciam ser apenas dois jovens aleatórios, mas Ryan não deixou pontas soltas, e explicou na season finale que eles dois eram o “plano b”, eles iriam gerar o próximo anticristo caso o primeiro não cumprisse sua missão.

Como um todo, a temporada foi excelente, trouxe elementos novos para agregar a história que já conhecíamos e ainda assim manteve a nostalgia para os fãs. Apesar de ter uns deslizes, a história encerrou-se com louvor, dando um final feliz (agridoce) para as bruxas mas mostrando aos telespectadores que ainda não era o fim, e que um novo anticristo poderia surgir.

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Tribernna